Em 1980, adquiri um exemplar do livro “O Sentido da Arte: esboço da História da Arte, principalmente da pintura e da escultura, e das bases dos julgamentos estéticos”, obra de autoria de Herbert Read, traduzida para o português por E. Jacy Monteiro, a partir do original inglês “The Meaning of Art”, lançada em 1931.

Talvez, por coincidência, estava relendo esse livro quando recebi uma mensagem do multitalentoso colega Prof. Roniere Leite Soares, na qual ele anexou a foto de um desenho feito por ele à mão livre, na adolescência, usando como suporte cartolina e como técnica grafite sobre um “background” de tinta guache azul.

Ao compartilhar esse registro memorial, sem perceber, Roniere despertou em mim uma lembrança antiga: a minha iniciação auto didática nas artes dos desenhos e das pinturas.

Primeiro, na infância, quando os desenhos eram feitos com lápis grafite sobre papel de qualquer tipo. Depois, na adolescência, a fase das pinturas sobre diferentes suportes, mediante o uso de aquarela, tinta acrílica, tinta a óleo e, eventualmente, nanquim. Eram desenhos e pinturas despretensiosos, sem estilo definido, feitos apenas para exercitar a habilidade e aprender a lidar com tintas, lápis, pinceis e suportes.

Com o amadurecimento, ao atingir um estilo definido, percebi que o sentido da arte é ser compartilhada com o público. Então, resolvi participar de exposições coletivas e individuais, dentre elas:

O I Salão de Artes Plásticas do Colégio Estadual de Campina Grande, 20 e 27 de outubro de 1971; I Semana de Incentivo à Arte Campinense, “hall” do Teatro Municipal de Campina Grande, março de 1974; II Mostra de Artes Plásticas, “hall” do Teatro Municipal de Campina Grande, 16 a 22 de outubro de 1977; Exposição individual, “hall” da Biblioteca do Campus II da UFPB, Campina Grande – PB, 1978; Exposição Individual de Pinturas na Sede Social da ADUFPB, 24 de julho de 1982; ABRAXAS – Exposição Individual de Pinturas, no Departamento de Artes da UFPB, Campina Grande – PB, 2 a 24 de novembro de 1988; e da Exposição coletiva “Protagonistas da imagem”, realizada no âmbito do Festival de Inverno de Campina Grande – PB, 10 a 30 de agosto de 2001.

Foram trinta anos de produção artística. Quantas telas pintei e esboços produzi? Não sei. Também não sei porque parei de pintar e desenhar. Talvez, por falta de motivação, mas não por falta de interesse, pois a arte, em suas variadas manifestações, continua despertando em mim interesse e prazer estético, conforme declarei nos versos publicados em 2003:

Pode parecer bigamia,
Mas sou casado com duas esposas:
Uma é a Ciência,
Que eu assumi como guia.
A outra é a Tecnologia,
Pelo o pão de cada dia.
Além destas duas,
Tenho uma amante;
Uma amante antiga,
Que me enche de prazer,
Proporciona alegria,
E da minha vida faz parte:
É a Arte!