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*Vídeo: ParaibaOnline
O secretário de Desenvolvimento Tecnológico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Daniel Filho, participou como palestrante do Congresso Brasileiro de Neurotecnologia (CBN), realizado em Campina Grande, e falou sobre os desafios de tornar compreensível para a sociedade o impacto e a importância das tecnologias desenvolvidas nas universidades e centros de pesquisa.
Em entrevista à Rádio Caturité FM, ele chamou atenção para a distância que ainda existe entre a produção científica e o entendimento público sobre sua aplicação prática.
“Muitas vezes, as pessoas não entendem o impacto que a tecnologia tem em suas vidas, nem sabem como essas tecnologias foram desenvolvidas. O GPS, por exemplo, surgiu para navegação espacial, e hoje está no celular de todo mundo. O touchscreen também não foi criado pensando em celular. São tecnologias que passaram por longos processos de pesquisa até chegarem ao uso cotidiano”, explicou.
Segundo o secretário, essas inovações percorrem o que se chama de níveis de maturidade tecnológica — que vão de 1 a 9 — até estarem prontas para o mercado.
“Do nível 1, que é só uma ideia, ao 7, a tecnologia ainda não tem aplicação comercial clara. Por isso, o setor produtivo geralmente não investe nesse estágio. Cabe ao governo e à academia fomentar esse desenvolvimento”, destacou.
Como representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), onde atua como secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Daniel ressaltou que eventos como esse são fundamentais para fomentar nichos tecnológicos estratégicos, como a neurotecnologia.
“Essas são tecnologias com potencial para transformar áreas como a saúde, principalmente no enfrentamento de doenças mentais. O Brasil lidera índices globais de ansiedade e está entre os países com mais casos de depressão. A neurotecnologia pode ajudar no diagnóstico e no tratamento desses transtornos”, afirmou.
Ele também mencionou o desafio de comunicar à população o valor de áreas consideradas complexas, como a fotônica — usada diariamente em dispositivos como fibras ópticas e lasers cirúrgicos. “Muita gente nem sabe o que é, mas já utiliza. Isso mostra o quanto precisamos investir não só em ciência, mas também em formas de aproximar esse conhecimento das pessoas”, completou.
O representante encerrou destacando a importância de continuar defendendo a ciência básica como caminho para soluções futuras. “Mesmo quando não vemos a utilidade imediata, é preciso apostar nas pesquisas, porque é delas que nascem as inovações que um dia chegam à vida de todos nós”, concluiu.
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