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Saúde e Bem-estar
Foto: Ascom/Freepik
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Silenciosos, afetuosos e cheios de energia, os coelhos estão conquistando cada vez mais espaço nos lares brasileiros. Segundo dados do Instituto Pet Brasil (IPB), o país já ultrapassa a marca de 160 milhões de animais de estimação, sendo que os chamados pets não convencionais — categoria que inclui aves, répteis, roedores e pequenos mamíferos, como os coelhos — já somam mais de 40 milhões.
O crescimento dessa população demonstra a popularidade desses animais, mas também reforça a necessidade de informação sobre os cuidados que eles exigem.
Nesse contexto, o Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) faz um alerta no Dia do Coelho, celebrado em 27 de setembro. A data é dedicada a valorizar a espécie e conscientizar sobre a guarda responsável, chamando a atenção para um problema grave: o abandono.
“O coelho não é presente nem brinquedo. É um animal que pode viver até 12 anos e precisa de cuidados específicos. Infelizmente, muitos ainda são comprados por impulso e depois descartados, principalmente após a Páscoa”, alerta o presidente do CRMV-PB, o médico-veterinário José Cecílio.
A médica-veterinária Lilian Eloy, que atua com pets não-convencionais, explica que os coelhos são herbívoros fermentadores e necessitam de uma dieta composta majoritariamente por fibras.
“O feno deve ser a base da alimentação, complementado por ração específica e vegetais frescos. Frutas e legumes podem ser oferecidos de forma eventual e em pequenas quantidades. É fundamental evitar alimentos tóxicos, como abacate, batata crua, cebola, alho, cogumelos e ultraprocessados”, orienta.
Além da alimentação, os cuidados médico-veterinários são indispensáveis para garantir saúde e bem-estar. “Os coelhos têm predisposição a problemas reprodutivos e câncer de mama. A castração é recomendada e as consultas regulares ao veterinário ajudam a prevenir doenças e a monitorar o desenvolvimento do animal”, explica Lilian Eloy.
O ambiente também precisa ser adequado. Os coelhos preferem locais frescos e não suportam temperaturas elevadas. Pisos muito lisos devem ser evitados, pois favorecem escorregões e problemas articulares.
“A escovação regular é essencial para remover pelos mortos e prevenir complicações digestivas. E nunca se deve dar banho em coelhos, pois o contato com a água pode causar estresse, hipotermia e problemas de pele. A higiene deve se concentrar no ambiente, sempre com produtos neutros”, acrescenta a médica-veterinária.
O abandono segue como uma das principais preocupações. ONGs de proteção animal apontam que 40% dos coelhos comprados por impulso na Páscoa acabam descartados semanas ou meses depois. Para o CRMV-PB, esse cenário é reflexo da falta de informação e da ideia equivocada de que o coelho é apenas um animal de fácil manejo.
“Precisamos reforçar que coelhos não são brinquedos ou lembrancinhas. São seres vivos que sentem dor, medo e solidão. Adotar é assumir um compromisso de longo prazo, e só a guarda responsável pode garantir uma vida digna e saudável a esses animais”, destaca o presidente José Cecílio.
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