Fechar
O que você procura?
Saúde e Bem-estar
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil Geral
Continua depois da publicidade
Continue lendo
O uso exagerado de redes sociais, antes associado principalmente a jovens e adolescentes, tem se tornado uma realidade preocupante também entre idosos.
Estudos e relatos clínicos mostram que o vício em tecnologia não conhece idade e pode trazer sérias consequências para a saúde física, mental e emocional das pessoas com mais de 60 anos.
Fatores como o isolamento social agravado durante a pandemia da Covid-19, a solidão e a redução de atividades estimulantes contribuem para que muitos idosos recorram às redes sociais como forma de ocupar o tempo e buscar conexão com o mundo exterior.
O problema é que o uso descontrolado dessas plataformas pode desencadear sintomas semelhantes aos de outras dependências, como ansiedade, irritabilidade, insônia, dificuldades cognitivas e até quadros depressivos.
No quadro Consultório JM, o médico Antônio Henriques explicou que o uso prolongado das redes sociais afeta diretamente o cérebro, especialmente a região frontal, responsável pela atenção, tomada de decisões e controle de impulsos.
Na prática clínica, tem sido comum encontrar idosos com queixas de perda de memória recente, dificuldade de manter o foco e sono desregulado, agravado pela exposição prolongada às telas, que inibe a produção de melatonina.
Outro ponto de atenção é a vulnerabilidade desse público à desinformação.
Um estudo das universidades de Princeton e Nova York, publicado na revista Science Advances, apontou que usuários do Facebook com mais de 65 anos compartilham quase sete vezes mais fake news do que internautas mais jovens. Essa tendência se explica pela pouca familiaridade com as ferramentas digitais, aliada à confiança excessiva em fontes informais, como grupos de WhatsApp, Telegram ou mensagens recebidas no Instagram e Facebook.
O fenômeno tem nome: nomofobia, o medo irracional de ficar longe do celular. Entre pessoas idosas, essa condição pode provocar sintomas como tremores, suor excessivo, ansiedade extrema e sensação de pânico quando o aparelho está fora de alcance.
Apesar da gravidade do problema, a dependência digital na terceira idade costuma passar despercebida por familiares. Isso ocorre porque muitos idosos já estão aposentados, o que impede que o vício afete diretamente o desempenho no trabalho, um dos sinais mais visíveis em outras faixas etárias.
© 2003 - 2025 - ParaibaOnline - Rainha Publicidade e Propaganda Ltda - Todos os direitos reservados.