São João

Alceu Valença: de São Bento do Una para O Maior São João do Mundo

Da Redação*
Publicado em 23 de junho de 2024 às 20:12

alceu valença

Foto: Gabryele Martins/Repórter Junino

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O Parque do Povo recebeu, no dia 22, o multiartista pernambucano Alceu Valença. O Maior São João do Mundo ficou pequeno para tantos fãs que fizeram um verdadeiro coral ao som de grandes sucessos, como “Tropicana” e “Flor de Tangerina”.

Pessoas de diversos lugares marcaram presença no espetáculo musical que celebra as raízes multicoloridas do povo nordestino, como foi o caso da turista maranhense Marta Silva (56): “Eu sou de São Luís do Maranhão e esse é o segundo ano que eu venho para Campina Grande só para assistir ao show de Alceu Valença”, comentou.

O campinense Yago Costa (30) conta como foi a sua primeira vez vendo Alceu no palco: “Sempre fui fã das músicas dele, mas nunca tinha ido em um show. Em 2019, quando o palco era na parte de cima, eu fui pro show dele e foi sensacional. Eu nunca tinha visto uma animação tão grande, uma energia […]. As músicas são boas e a energia do Parque do Povo fica outra quando Alceu tá no palco. É por isso que nunca mais eu vou perder sequer um show dele”, disse animado.

Altaline de Oliveira (24), que é de Santa Cruz do Capibaribe – PE, não ficou de fora dessa noite memorável: “Como pernambucana, pra mim é muito bom ver ele nos palcos, independente do lugar, porque sempre me leva de volta ao meu estado e isso pra mim é sempre motivo de muita alegria”, comentou.

Ela pontuou ainda, sobre a importância da obra de Alceu Valença na construção cultural do nosso país: “Eu gosto muito dele porque ele representa a cultura pernambucana e ele é um artista de uma geração muito importante para a música brasileira, junto com ‘O Grande Encontro’, o Zé Ramalho, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo. Ele tem uma forma de cantar, de fazer música, muito única e por isso ele é tão importante pra gente, não só pro Nordeste, mas como pro Brasil inteiro e também pra música mundial”, finalizou.

O artista contou sobre a diferença entre os estilos que canta: “São duas coisas totalmente diferentes: o frevo, ele é litorâneo, ele tem metais e tem síncopes na música. O forró já é outra coisa. Quando é no carnaval, eu canto carnaval; quando é São João, eu canto São João. No meio do ano eu canto outras coisas. Isso aqui eu mostro a diversidade da nossa cultura”, disse ele.

Alceu também falou do apoio que recebeu de Gonzaga: “Eu faço a minha música [e ela] tem relação com a tradição, apesar de eu ter remodelado ela, porque eu modernizo a música de São João: os arranjos, os timbres são diferentes, mas eu tenho o aval de Gonzaga, que falou que a banda que toca comigo é uma banda de pife elétrica”, pontuou.

Coração São João
Antes de ser cidadão do mundo, Alceu é cidadão de São Bento do Una, Pernambuco. Lugar onde o sertão profundo trouxe a base para a sua arte, com o canto dos violeiros, aboios, xote, coco, xaxado e baião.

São mais de 50 anos de produção artística, que atravessa gerações e une o seu público com a harmonia de um maestro regendo uma grande orquestra. Alceu não é apenas cantor, poeta, ator, advogado ou cineasta, mas tem tantas facetas artísticas que não caberiam em uma só definição.

O nordestino já nasce com o São João correndo nas veias. A celebração toma conta das cidades, ruas e casas. É tempo de reunir amigos, familiares, sentir o calor da fogueira aquecer os corações e o cheiro do milho invadir todos os lugares.

“Representa uma festa maravilhosa e representa muita saudade que eu tenho das quadrilhas de São Bento, que eu via o pessoal dançando quadrilha. Representa também o que é uma coisa ímpar dentro do mundo”, comentou o artista.

“A nossa tradição do São João não tem em canto nenhum do mundo! Nós somos totalmente diferentes e eu gosto de ser diferente. […] A minha história é com a minha terra, com a minha região, com o meu povo e respeitando os outros também. Viva o São João!” – Alceu Valença

Aqui a ‘festa junina’ é São João; ‘canjica’ é mungunzá e ‘curau’ é canjica. O Nordeste se une, uníssono, em uma grande celebração de cultura popular e torce para que a chama da tradição nunca se apague. O São João nordestino ultrapassa o sentido de festa e é a própria História do seu povo sendo contada e escrita de geração em geração. Viva o São João!

*Repórter Junino – Reportagem: Samya Amado/ Fotografia: Gabryele Martins/ Edição: Gabryele Martins

 

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