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Paraíba
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O marcante ´menestrel´ das Minas Gerais, Milton Nascimento, imortalizou um verso que é particularmente emblemático para mim. “Mesmo que o tempo e a distância digam: Não”, Campina Grande bate permanente e incansavelmente “no lado esquerdo do meu peito”.
Há muitos anos, as atribuições como homem público me obrigam a fixar residência no Distrito Federal, o que me leva a apenas desfrutar periodicamente do clima singular da Rainha da Borborema e da especial hospitalidade para com nativos e migrantes que é uma marca dessa cidade ímpar.
E não haveria de ser diferente, porque Campina pontua toda a minha vida pessoal e de profissional, a começar pela infância desfrutada no aprazível bairro de São José, uma espécie de ´ponte ´ entre muitos bairros e o centro da cidade.
Ganhei ´régua e compasso´ sob a bênção e na contemplação diária da capela de ´João Moura´, na qual a acolhida, proteção, catequese e educação para a vida de centenas de crianças a cada ano foram postulados imutáveis do local, redirecionando futuros e descortinando sonhos para quem o limiar da existência se desenhava sombrio e desalentador.
Particularmente, tive a ventura de ter a base de minha formação escolar no inesquecível Colégio Integrado da antiga Furne, cujo corpo de professores fazia dos chamados (à época) cursos ginasial e cientifico – o que no presente corresponderia às fases do ensino fundamental e médio – uma espécie de ´laboratório´ do que seria aplicado e ensinado aos estudantes no ensino superior da instituição.
Mais tarde, novamente, a Furne me acolheu nas turmas de seu curso de Direito, como também a então UFPB (hoje UFCG) como acadêmico de Medicina, fazendo com que ocorresse em solo campinense todo esse arco cumulativo e diversificado de aprendizado.
Pela força insuperável de renovados referendos populares, expressos em votações que me fizeram galgar da histórica Câmara de Vereadores campinense até o Senado Federal, foi possível retribuir uma parte de tamanha e reiterada confiança de meus conterrâneos, mediante proposituras e recursos voltados ao bem estar e à promoção da justiça social.
Há cerca de 10 anos, as contingências inerentes a quem atua na vida pública me levaram à honrosa condição de ministro do Tribunal de Contas da União, uma modalidade diferente, mas não menos importante, de servir ao povo brasileiro, como igualmente me propiciam honrar as tradições de nosso Estado nos Tribunais Superiores do país.
Mas este 161 anos de emancipação política da ´cidade Rainha´ tem uma significação muito especial para mim. É que, infelizmente, a morosidade própria da administração pública faz com que muitas sementes lançadas e/ou regadas se percam no tempo ou demorem exageradamente para germinar e prosperar.
E me permitam resgatar dois exemplos que me são muito caros, mas que nos tempos atuais me enchem de regozijo e desmedida felicidade, por terem sido num passado não muito distante de ceticismo ou descrença.
Primeiramente, o sequenciamento da duplicação da BR 230, em Campina Grande, a partir da chamada Alça Sudoeste na direção das regiões do Cariri e do Sertão. É uma obra sonhada por uma fatia expressiva dos irmãos paraibanos e que teve os seus passos embrionários quando de minha passagem pelo Congresso Nacional.
Foi uma tenaz luta para carrear recursos, intensificada com a minha passagem pela Comissão de Orçamento do Congresso e sequenciada pela senadora Nilda Gondim e o deputado Veneziano. Em resumo, 16 anos consecutivos carreando as indicações das chamadas ´emendas de bancada´ para essa obra efetivamente estruturante e primordial para o Estado.
Outra ação governamental que me emociona e que começa a ganhar forma, a despeito da quase generalizada incredulidade, da indiferença e até mesmo da oposição de muitos, é o VLT (veículo leve sobre trilhos), já apelidado pelos conterrâneos campinenses de ´trem urbano´, que vai cortar a cidade numa interligação fundamental para a mobilidade urbana.
Serão aproximadamente 16 quilômetros de trilhos, do complexo Aluízio Campos ao bairro do Araxá. Quando de seu funcionamento, vai encurtar tempo, distância e custo diariamente para milhares de campinenses, assim como integrar-se à frota regular de ônibus, sincronizando os dois modais, o que também ensejará maior conforto.
As duas conquistas cidadãs acima denotam o compromisso inarredável que temos com a Paraíba e, particularmente, com nossa ´cidade mãe´.
Em qualquer trincheira que estejamos, é inevitável nos voltarmos à Serra da Borborema, uma sentimento instintivo e uma prática que são encarnadas no presente por meu querido irmão, senador Veneziano Vital, que trafega os caminhos da vida política que já foram meus, já foram de nossa de mãe, Nilda Gondim, e genuína e substancialmente do atemporal homem genial e pai, Vital do Rêgo.
Vital do Rêgo era um homem ímpar e muito à frente do seu tempo. Ele devotou desmedido amor por Campina. Dele resplandece uma inequívoca inspiração de origem grega e apocalíptica: “Campina, meu alfa (começo) e meu ômega (ocaso)”.
Parabéns minha/nossa Campina Grande! Sempre serás o ´meu sublime torrão´; um ‘recanto abençoado do Brasil!”
*Ministro e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU)
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