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*Vídeo: ParaibaOnline
Durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Rádio Caturité FM, o novo presidente do Ipsem (Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Campina Grande), Floriano Brito Júnior, falou com franqueza sobre os desafios da previdência municipal e as estratégias para garantir o pagamento de aposentadorias e pensões no futuro. A entrevista teve tom técnico, mas com explicações claras sobre a realidade do instituto.
Segundo Floriano, o Ipsem completou 31 anos em 2025, mas as contribuições efetivas começaram apenas em janeiro de 1994. Ele destacou que o início do funcionamento de um instituto previdenciário é marcado por um ciclo de capitalização, quando ainda há poucos aposentados e é possível formar uma reserva financeira. No entanto, os erros nos cálculos atuariais do passado ainda repercutem no presente:
“Os 10 primeiros anos são de capitalização. Você tem poucas pessoas na folha, então precisa capitalizar o que é recebido. Mas os cálculos atuariais são como instrumentos de um avião. Se esses instrumentos não mostram adequadamente a rota, você pode não estar indo para o rumo certo. No Brasil inteiro, talvez, passamos por isso: cálculos que não mostraram com clareza o futuro”, explicou.
Ele ainda apontou que regras mais permissivas do passado — como a integralidade e a paridade, que garantiam aposentadoria com o valor da última remuneração — geraram um impacto que ainda é sentido:
“Imagine o servidor que tem um plano de cargos aprovado às vésperas da aposentadoria e, mesmo sem ter contribuído com aquele valor, se aposenta com ele. Isso ainda atinge o sistema porque essas regras só mudaram em 2003, mas quem entrou antes ainda tem direito a elas.”
Floriano também abordou a questão do custeio, especialmente no caso dos professores, cuja remuneração ativa muitas vezes é sustentada em grande parte pelo Fundeb — recurso que deixa de existir na aposentadoria. A sustentabilidade do sistema, segundo ele, depende de um conjunto de contribuições:
“Em Campina, o servidor contribui com 14%, o município com mais 14% e, além disso, há uma contribuição suplementar de 29%. No total, 57% do valor da folha ativa vai para o Ipsem. Quando o servidor se aposenta, deixa de entrar essa contribuição e passa a sair o valor da aposentadoria. É uma conta que exige equilíbrio e planejamento.”
Mesmo diante dos desafios, Floriano reforçou que há mecanismos para garantir a saúde financeira do instituto:
“O sistema vai pagar as aposentadorias, sim. A taxa suplementar está aí para isso e tem sido feita. Estamos no terceiro ciclo do Ipsem e temos consciência do que precisa ser feito para manter o instituto forte.”
A entrevista evidenciou a responsabilidade técnica que o novo presidente assume à frente do instituto, com a missão de equilibrar contas, corrigir distorções do passado e preparar o Ipsem para um futuro mais sustentável.
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