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Foto: Ascom/Francisco Alves
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O Festival Internacional de Música de Campina Grande (FIMUS) chegou ao encerramento da 16ª edição reafirmando seu lugar como um dos mais grandiosos e relevantes eventos de música do país. Sua programação contou com a participação de músicos de diversas partes do Brasil e do mundo, transformando Campina Grande (PB) num dos principais palcos da música clássica do país.
Além de promover encontros musicais, o evento valoriza a memória, o legado e a história da música brasileira. Em 2025, a programação celebrou dois grandes nomes nesse cenário: Chiquinha Gonzaga e José Alberto Kaplan, artistas que exerceram uma trajetória simbólica e que, até hoje, inspiram músicos, pesquisadores e amantes da música.
História e legado de Chiquinha Gonzaga
Chiquinha Gonzaga, a principal homenageada do XVI FIMUS, nasceu no ano de 1847, no Rio de Janeiro (RJ), foi uma compositora, pianista e maestrina que revolucionou o cenário musical nacional, tornando-se a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Uma de suas composições mais famosas é ‘Ô Abre Alas!’, considerada a primeira marchinha de carnaval do país.
A pianista rompeu diversas barreiras sociais e de gênero, inspirando inúmeras mulheres no meio musical. Durante a programação do XVI FIMUS, Maria Teresa Madeira, pianista e professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), apresentou um concerto inteiramente voltado para as obras e vida de Chiquinha.
“A Chiquinha foi uma mulher muito à frente do tempo dela, isso parece uma frase muito falada, mas é verdade, porque até hoje ela deixou um legado de força, de perseverança, de manter sua voz, e ela foi um marco muito importante na música brasileira”, afirmou a musicista. Maria Teresa destaca ainda que a Chiquinha é, para ela, uma inspiração, “eu tenho 30 anos de pesquisa de Chiquinha, 30 anos que eu toco Chiquinha e pesquiso a vida e a obra dela”, completa.
A memória de José Alberto Kaplan
O festival também rendeu tributo ao pianista, professor, compositor e maestro José Alberto Kaplan. O artista nasceu em Rosário, cidade argentina, em 1935, e naturalizou-se brasileiro. Kaplan chegou ao Brasil em 1961, quando desempenhou a função de professor de piano em Campina Grande, e em 1963 foi para João Pessoa (PB) onde atuou na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Vladimir Silva, idealizador e diretor do FIMUS, foi aluno de Kaplan e destacou a trajetória inspiradora do músico. “Deixou um legado enorme como professor de piano, como maestro, como pesquisador. E esse legado ainda está vivo hoje nos inúmeros alunos que ele conseguiu formar”, destacou.
O I Simpósio do FIMUS integrou a programação do festival em 2025 e trouxe o tema “José Alberto Kaplan: 90 anos de legado”. No roteiro do evento foram incluídas atividades como mesas-redondas e apresentações artísticas em homenagem à obra do compositor.
Resgatando memórias e inspirando novas gerações
Ao celebrar a trajetória e obra de artistas como Chiquinha Gonzaga e José Alberto Kaplan, o FIMUS realizou um resgate histórico da música e repassou para as novas gerações o patrimônio cultural deixado por músicos que marcaram o cenário musical brasileiro. “A gente precisa, então, conhecer os nossos artistas locais, a nossa música, para poder seguir adiante, fazendo algo de novo e levando esses nomes adiante por gerações e gerações”, declarou Vladimir Silva.
O festival se consolida, portanto, como um espaço que acolhe histórias e proporciona novos encontros, inspirando inovadores caminhos para a música. Sua programação diversa revela o caráter plural do ciclo de apresentações e constrói pontes que garantem que o legado de grandes músicos continue vivo, motivando o engajamento dos artistas e dos públicos que vão ao encontro das expressões artísticas que transformam, unem e renovam.
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