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O deputado estadual Bruno Engler (PL), com 26% dos votos válidos, o atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), com 25%, e o apresentador de TV Mauro Tramonte (Republicanos), com 23%, aparecem tecnicamente empatados na pesquisa Datafolha de intenções de voto à prefeitura da capital mineira na véspera da eleição deste domingo (6).
Na pesquisa anterior, divulgada na quinta-feira (3), os nomes do PL e do PSD apareciam empatados com 24% dos válidos, enquanto o candidato do Republicanos manteve os 23%.
Com a proximidade das eleições, o Datafolha divulga neste sábado (5) as intenções de votos válidos dos eleitores, e não apenas os votos totais, como fez até aqui.
Os votos válidos excluem os votos inválidos (em branco e nulos) e são os únicos considerados pela Justiça Eleitoral para calcular os resultados. Para conquistar o cargo de prefeito, os candidatos precisam obter 50% mais um dos votos válidos, e não totais.
O Datafolha ouviu 1.674 eleitores da capital mineira na sexta-feira (4) e no sábado (5). A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais, nível de confiança de 95% e foi registrada na Justiça Eleitoral com o número MG-05500/2024. O levantamento foi contratado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo.
Na sequência do levantamento, aparecem a deputada federal Duda Salabert (PDT), que manteve os 10% da última pesquisa, e Gabriel (MDB), presidente da Câmara Municipal, que marca 8%, assim como no levantamento anterior —sempre nos votos válidos. Ele está empatado com Rogério Correia (PT), nome do presidente Lula (PT) na disputa, que aparece com 5% (tinha 6%).
Carlos Viana (Podemos) marca 2% (eram 3%), enquanto Indira Xavier (UP), Wanderson Rocha (PSTU) e Lourdes Francisco (PCO) não pontuaram.
No cenário em que são considerados os votos totais (que consideram os votos em branco ou nulos e os eleitores indecisos), o empate triplo se mantém, com Engler com 24% (era 21% na última), Fuad com 23% (tinha 21%) e Tramonte, que manteve os 21%. A pesquisa apontou que 4% dos eleitores ainda não decidiram sobre sua escolha e 5% pretendem anular ou votar em branco.
Na pesquisa espontânea, aquela em que o instituto não apresenta os nomes dos candidatos ao eleitor, Fuad e Engler aparecem na igualdade, com 18%, à frente de Tramonte, com 13%. Do total, 25% não souberam responder.
Nas cenários de segundo turno pesquisados pelo Datafolha, Engler perderia para Fuad e Tramonte. O nome do PSD superaria o candidato do PL por 46% a 40% –na pesquisa anterior, a diferença entre eles era de sete pontos. Já o apresentador de TV superaria o candidato do Bolsonaro por 46% a 38% –a vantagem de Tramonte, antes de 16 pontos, agora caiu para oito.
Em eventual duelo entre Fuad e Tramonte, o atual prefeito aparece numericamente à frente do apresentador, com 43% a 41%, em cenário que se manteve do levantamento anterior.
Engler é o nome que aparece numericamente com a maior rejeição junto ao eleitorado, citado por 31% dos eleitores. Ele está empatado na margem de erro com Duda Salabert, do PDT, que está com 28%. Correia, do PT, é rejeitado por 27% dos entrevistados. Tramonte foi citado por 24% e Fuad por 19%.
A pesquisa ainda aponta que 3 em cada 4 (74%) eleitores que declaram preferência por uma candidatura ou votaria em branco ou nulo dizem estar totalmente decididos sobre essa opção, e há 26% que ainda podem mudar o voto.
Ao contrário de Tramonte, os dois outros líderes do levantamento começaram a campanha eleitoral desconhecidos da maior parte do eleitorado da capital mineira, mas reverteram o cenário ao acumular o maior tempo de rádio e TV entre os candidatos.
Engler, nome apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), usou em seus programas de TV a imagem do ex-mandatário e também a do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), deputado mais votado do país em 2022.
Em um comício em setembro, Engler reuniu em torno de sua candidatura, além dos dois padrinhos, Michelle Bolsonaro e o senador Cleitinho (Republicanos), que apesar de pertencer ao partido de Tramonte, declarou desde início apoio ao nome do PL.
Engler também aproveitou atos na capital mineira a favor do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), para reunir quadros do bolsonarismo e crescer em engajamento nas redes sociais, como mostrou um levantamento do Datafolha com a Codecs.
Já Fuad, que assumiu a prefeitura em março de 2022 após Alexandre Kalil (hoje sem partido) deixar o cargo para disputar o governo de Minas, aproveitou as inserções publicitárias para destacar as obras feitas na cidade nos últimos dois anos. Ele também rebateu críticas feitas por opositores em debates –dos quais esteve ausente na maioria– afirmando que os ataques não eram direcionados a ele, mas à cidade.
Na reta final da campanha, a ausência do presidente Lula na campanha e o baixo desempenho das candidaturas de esquerda nas pesquisas ensejaram um movimento de voto útil para o candidato do PSD.
Ele recebeu o apoio formal de quadros da Rede e do PV, partidos que estão na chapa de Correia, do PT, e de parte do PSB, que está na coligação do MDB. Em suas veiculações na TV e rádio, os programas de Fuad colocaram Engler e Tramonte como candidatos de direita e que não teriam diálogo com Lula.
No último debate entre os candidatos à prefeitura da capital mineira, Fuad foi perguntado sobre sua passagem no Exército durante a ditadura militar e classificou o período como uma “revolução”, declaração que foi repreendida por Duda Salabert e Gabriel, que criticaram o movimento de voto útil em torno do prefeito.
Já Tramonte, que foi apresentador do programa Balanço Geral, da TV Record, por 16 anos, liderou as pesquisas de intenção de voto durante boa parte da campanha.
Apresentando alto conhecimento e baixa rejeição na largada, ele evitou falar em Lula e Bolsonaro e focou sua campanha em caminhadas nas regiões mais pobres da cidade.
Em muitas dessas agendas ele esteve acompanhado de Kalil, mas não do governador Romeu Zema (Novo), que venceu o ex-prefeito na disputa pelo governo do estado e não foi visto na campanha de Tramonte, nem nas ruas nem na TV.
Com a ausência de Fuad nos debates, Tramonte, por figurar à frente nas pesquisas, se tornou o principal alvo, principalmente por sua atuação como deputado estadual. Ele foi criticado pelos opositores por apresentar um programa de TV no mesmo horário que o das sessões legislativas, e sempre respondeu enumerando projetos apresentados.
*ARTUR BÚRIGO/Folhapress
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