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Educação e Ciência
Foto: Ilustrativa/Pixabay
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No quadro semanal “Dicas de Português”, exibido dentro do Jornal da Manhã da Rádio Caturité, o professor Golbery Rodrigues trouxe nesta quarta-feira (2) uma reflexão necessária sobre o uso popular da língua portuguesa e sua relação com a norma culta.
Com sua abordagem sempre acolhedora, o professor analisou expressões comuns como “nós se ama”, “nós se ajuda” e “nós divide”, frequentemente usadas no dia a dia de forma espontânea e afetuosa por muitos falantes.
“São expressões cheias de verdade e de sentimento, mas que, do ponto de vista da norma culta, estão incorretas. E hoje, sem cancelar ninguém, vamos entender o porquê”, explicou.
Segundo ele, a norma padrão da língua portuguesa exige que o pronome “nós” esteja acompanhado de verbos conjugados na primeira pessoa do plural. Além disso, quando esses verbos são pronominais — como se amar, se ajudar e se dividir — o pronome reflexivo também deve seguir essa concordância. O correto, portanto, seria dizer: “nós nos amamos”, “nós nos ajudamos”, “nós nos dividimos”.
“A estrutura ‘nós se ama’ mistura a primeira pessoa com um pronome reflexivo da terceira, o que chamamos de inconcordância pronominal”, detalhou Golbery.
Mas o professor fez questão de reforçar que a linguagem popular tem seu valor.
“Expressões como ‘nós se ama’ não surgem do nada. São legítimas formas de comunicação usadas em contextos informais e, muitas vezes, em comunidades onde a escola formal ainda não teve força suficiente para construir a norma culta. E isso não é motivo de desprezo, muito pelo contrário: mostra a riqueza e a flexibilidade da nossa língua”, disse.
Foto: ParaibaOnline
Encerrando sua participação, o professor lembrou que conhecer a norma culta é importante, mas sem apagar as outras formas de expressão linguística:
“A função da língua é unir, expressar e emocionar — mesmo com ‘erros’ gramaticais. Quando você conhece a norma culta e entende a linguagem popular, se torna um falante mais completo. Isso é enriquecimento linguístico”, concluiu.
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