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Economia
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O café é um item quase indispensável na cesta básica, presente na mesa dos brasileiros desde o início da manhã, com aquele pãozinho, passando pelo lanche em família, ou para encerrar o dia durante o jantar. O que muita gente não sabe é que esse artigo já enfrentou muitos obstáculos com o passar dos anos para chegar à casa dos brasileiros. E, no último semestre, viu-se acontecer, mais uma vez, uma alta considerável em seus preços, impactando negativamente o bolso da população.
Em Campina Grande, por exemplo, conforme pesquisa realizada pelo Procon, a variação chegou a 28,1% no preço do café em pó e 31,18% no solúvel, referente ao mês de abril. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), esse aumento, verificado em todo o Brasil, ocorreu devido às secas e geadas, que vêm desestabilizando os nossos ecossistemas, como explica o agrônomo Fábio Agra Medeiros.
“As temperaturas elevadas vão fazer com que haja queda das folhas e também abortamento de flores. Então, as chuvas, em momentos em que o cafeeiro está com a sua floração, vão fazer com que as flores caiam e, com isso, também as perdas vão aumentar. Essas secas prolongadas e as geadas, em alguns momentos e em algumas áreas do Brasil, inclusive isso está acontecendo no momento, vão fazer com que as coisas não se desenrolem como os produtores estavam querendo”, explicou Fábio Agra.
Esses fenômenos têm assolado, principalmente, regiões do Brasil e da Ásia, em especial Minas Gerais e Vietnã. Essas são as localidades com maior volume de plantio de café, acumulando, juntas, cerca de 50% da produção mundial.
No caso do Brasil, o café produzido não vai apenas para as nossas mesas, mas também para fora de nosso território. Dessa forma, com a baixa produção fora e dentro do país, o custo deste produto torna-se ainda mais elevado.
“Há uma demanda maior, principalmente na região da Ásia. Cada vez mais, as pessoas buscam o produto e a produção não está acompanhando. Então, diante desse cenário, com a diminuição da oferta e com o aumento da demanda, em médio ou longo prazo, a gente não vê uma mudança esperada na redução dos preços do café”, explicou o pesquisador.
Mas e dentro dos supermercados, será que houve uma mudança significativa no que o consumidor vem comprando?
Em entrevista ao ParaibaOnline, o analista de marketing do supermercado RedeCompras, Victor Hugo, destacou quais foram as mudanças percebidas entre os clientes.
“O que a gente vem observando é que não necessariamente houve uma diminuição no consumo do café. O que a gente observa é uma migração: o cliente que tomava o café X, que era mais caro, ele acabou migrando para um café mais barato. E há outros que são mais fiéis à marca. Um cliente que é mais fiel àquela marca específica, ele até continuou comprando aquele café normalmente. Observamos que, possivelmente, esse cliente deve ter mudado o hábito de consumo dele em outras coisas”, afirmou o analista.
O que podemos observar, então, é que mesmo com todos esses altos e baixos, o café não deixa de ser protagonista na mesa do consumidor. Dessa forma, para que haja um alívio no bolso, é necessária uma melhora nas safras dos próximos anos, contribuindo para que este produto tão amado pelos brasileiros adquira estabilidade nos mercados e na mesa da população.
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