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Sob comando de brasileira, Bumble demite um terço dos funcionários.
*BUMBLE*
O Bumble, app de relacionamentos que é comandado pela brasileira Lidiane Jones desde o começo do ano, anunciou a demissão de aproximadamente 350 funcionários.
O corte representa cerca de 30% dos trabalhadores da empresa, confirmou uma porta-voz da companhia.
As demissões ajudarão a reunir as equipes de engenharia e produto em menos locais e irão acelerar a tomada de decisões para que a empresa possa priorizar a inteligência artificial e os recursos de segurança, disse Jones em conversa com analistas reportada pela agência Bloomberg.
Tombo: a empresa também divulgou nesta quarta seu balanço do último trimestre do ano passado. Os resultados e as expectativas para o atual trimestre desagradaram aos analistas e fizeram as ações fecharem em baixa de 14,8%, na mínima histórica.
O Bumble registrou receita de US$ 273,6 milhões de outubro a dezembro, abaixo das estimativas dos analistas.
A projeção para o primeiro trimestre deste ano, de ficar entre US$ 262 milhões a US$ 268 milhões, também ficou aquém dos cálculos do mercado.
A CEO brasileira disse a analistas que o Bumble deve passar pela primeira grande reformulação no aplicativo em dois anos para que ele seja mais atrativo aos jovens.
↳ “Temos muitos usuários que adoram o paradigma dos encontros online –deslizar, descobrir e pesquisar —, mas também há um grupo que quer mais flexibilidade para poder experimentar e descobrir pessoas de uma maneira mais orgânica e natural”, afirmou Jones.
Não é só o Bumble: as ações do Match Group, dona do Tinder, negociam no menor patamar em quase seis anos, refletindo o recuo de usuários em apps de relacionamento depois da febre observada na pandemia.
A empresa registrou queda no número de usuários pagantes por cinco trimestres consecutivos.
Questionada pela Folha no ano passado sobre o diagnóstico de analistas que aponta uma saturação do mercado de apps de relacionamentos, Jones disse: “Quem conhece a minha história sabe que isso não me assusta”.
*ADVENT COMPRA CONTROLE DA SKALA, FEBRE NO TIKTOK*
A Skala, marca de produtos para cabelo líder em cremes de tratamento no Brasil, teve seu controle adquirido pela gestora internacional Advent.
A transação não teve valores divulgados, mas foi feita via fundo de private equity LAPEF VII, voltado para investimentos na América Latina e que tem US$ 2 bilhões em recursos.
A Skala: fundada em 1986, a marca de Uberaba (MG) é a quarta maior de haircare (cuidados com cabelo) no Brasil.
↳ Ela é conhecida pelos potes de um quilo de cremes de tratamento para cabelo e afirma crescer 30% ao ano nos últimos anos.
↳ Hoje presente em mais de 40 países, a empresa viu suas vendas internacionais saltarem após uma postagem despretensiosa e orgânica (não patrocinada) de uma usuária no TikTok há um ano.
↳ Uma peruana que mora nos EUA havia acabado de voltar de uma viagem do Brasil e postou um vídeo em que informava seus seguidores sobre a eficácia do creme de tratamento da Skala para cabelos cacheados que ela havia conhecido aqui.
↳ Elogiou o quanto ele era barato (cerca de US$ 5, ou R$ 20) e como era melhor do que os similares americanos. A postagem viralizou e, a partir daí, a exportação de produtos da Skala para os EUA saltou de três contêineres ao ano para 28 em seis meses.
A aquisição do controle pela Advent marca a entrada da gestora no segmento de beleza no país. Os recursos serão destinados para expandir a capacidade da fábrica em Uberaba, ampliar a rede de distribuição e aumentar a presença internacional.
A gestora possuía US$91 bilhões em ativos sob gestão em 30 de setembro de 2023.
Seu movimento mais recente no país foi a venda da marca de chocolates Kopenhagen para a Nestlé, no ano passado.
*O QUE É O HIDROGÊNIO VERDE*
O hidrogênio verde vem sendo chamado de “combustível do futuro”, graças ao potencial de geração de energia e o papel que ele pode desempenhar na transição energética.
Entenda: o hidrogênio só pode ser considerado verde quando o processo para produzi-lo utiliza fontes renováveis de energia –como eólica e solar, cada vez mais relevantes no Brasil.
O processo mais comum para obtê-lo é a partir da eletrólise, reação química em que ocorre a quebra da molécula de água (H2O). De um lado sai H2, do outro, o oxigênio que respiramos.
As outras cores de hidrogênio:
Cinza: deriva da queima de combustíveis fósseis, em especial o gás natural;
Azul: quando o CO2 emitido é capturado e armazenado no solo, –nesse caso, a captura do gás carbônico neutraliza seu efeito poluente;
Preto e marrom: quando o hidrogênio vem da gaseificação do carvão –a cor muda a depender do tipo de carvão usado;
Roxo e rosa: assim como o verde, vêm da eletrólise da água. A diferença é que a energia usada é a nuclear;
Branco: um dos poucos casos em que o elemento químico aparece em sua forma elementar. Geólogos ainda estudam como extraí-lo.
Para que o hidrogênio é usado: abastecer veículos movidos a células de combustível e armazenar energia produzida por fontes renováveis, além de servir de matéria-prima para produtos da indústria de aço, farmacêutica e de metais.
Ele pode ser aproveitado inclusive para a produção de fertilizantes para agricultura, sobretudo a amônia.
Os desafios: o principal entrave está no transporte do hidrogênio, que demanda armazenamento em baixas temperaturas e alta pressão. As tecnologias para produção em larga escala também não estão prontas.
As vantagens são promissoras. Apenas a substituição do hidrogênio cinza pelo verde economizaria 830 milhões de toneladas de carbono por ano, o equivalente às emissões de Reino Unido e Indonésia somadas, nos cálculos da Agência Internacional de Energia.
*’TESLA BRASILEIRA’ DE OLHO NA ANTIGA FÁBRICA DA FORD*
A montadora chinesa BYD, que vinha sendo apontada como a nova dona do complexo industrial da Ford em Camaçari, ganhou um concorrente de última hora na disputa pela planta.
O empresário Flávio Figueiredo Assis, da montadora nacional Lecar, apresentou uma proposta ao Governo da Bahia nesta quarta.
Entenda: hoje a fábrica pertence ao Estado da Bahia, cujo governo fez um aviso de chamamento público para atrair interessados ao projeto.
O documento diz que a BYD havia manifestado interesse, mas havia margem para uma outra proposta.
O complexo tem 4,7 milhões de metros quadrados, com 314,8 m² de área construída. Originalmente, a capacidade produtiva era de até 400 mil carros por ano.
Pessoas ligadas à montadora chinesa acreditam que nada irá mudar nas negociações, e que a estratégia de Assis é uma jogada de marketing.
↳ A BYD pretende investir R$ 3 bilhões no complexo industrial que pertencia à Ford e foi comprado pelo governo baiano por R$ 220 milhões. A empresa quer fazer do local o “Vale do Silício baiano”.
“Tesla brasileira”: Assis diz ter se inspirado na montadora de Elon Musk para produzir o próprio carro elétrico(veja vídeo).
Ele, que dirige um Tesla Model 3, quer repetir o modelo de negócio da fabricante com a venda direta ao consumidor, sem passar pela concessionária.
O objetivo é entregar o primeiro veículo elétrico produzido no Brasil em 2025, a um preço abaixo de R$ 100 mil, mas ele segue em fase de desenvolvimento e homologação.
*ARTUR BÚRIGO/Folhapress
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