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Foto: Ascom – vaticano
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O papa Francisco autorizou um novo ciclo de três anos de estudos e debates para possíveis reformas na Igreja Católica, afirmou o Vaticano neste sábado (15).
O comunicado indica que o pontífice continua ativo em seu posto e não tem intenções de renunciar, como chegou a ser especulado em razão de seu estado de saúde.
Na última sexta (14), ele completou um mês de internação no hospital Agostino Gemelli, em Roma, após dar entrada no local com uma infecção respiratória considerada grave.
De acordo com os médicos, o papa está em evolução do quadro clínico, não corre risco iminente de morte, mas ainda não há previsão de alta.
A decisão de Francisco anunciada neste sábado é para estender por mais três anos o Sínodo dos Bispos, uma reunião episcopal de especialistas que serve de mecanismo de consulta do papa.
Uma das marcas de seus 12 anos de gestão à frente da Igreja, o processo tem servido como base para reformas na instituição.
Já foram debatidas a maior participação de mulheres, inclusive na tomada de decisões, e a aproximação entre a Igreja e determinados grupos, como divorciados em segundo casamento e pessoas LGBTQIA+.
O processo do sínodo envolve uma fase de escuta e síntese antes de uma Assembleia-Geral que reúne bispos, cardeais, religiosos de outros graus e leigos. Tem como função aprovar um relatório a ser encaminhado ao papa.
“O Santo Padre está ajudando a conduzir a renovação da Igreja em direção a um novo impulso missionário”, disse o cardeal Mario Grech, o oficial que lidera o processo de reforma, ao veículo de comunicação oficial do Vaticano. “Este é verdadeiramente um sinal de esperança”.
O último sínodo terminou em outubro sem propor mudanças profundas no catolicismo, apesar do aceno à maior abertura às mulheres.
O texto disse que “não há razões que impeçam as mulheres de assumirem papéis de liderança na Igreja” e pede para que o debate sobre o diaconato feminino continue.
Os diáconos, que hoje só podem ser homens, inclusive casados, são o primeiro degrau na hierarquia católica, abaixo de padres e bispos. Eles podem realizar batizados, casamentos e funerais, mas não podem celebrar a eucaristia, ouvir a confissão ou realizar a unção dos enfermos (extrema-unção).
Outro tema que havia sido retirado da pauta oficial, a inclusão da comunidade LGBTQIA+ não foi abordada no documento final, exceto por uma breve menção “àqueles que compartilharam o sofrimento de se sentirem excluídos ou julgados pela sua situação conjugal, identidade e sexualidade”.
Em seu discurso de encerramento, Francisco afirmou que os temas divisivos, confiados aos dez grupos de estudos, precisam de “tempo para chegar a escolhas que envolvam toda a Igreja”.
* FOLHAPRESS
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