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Alexandre Moura

Alexandre Moura

Engenheiro Eletrônico, MBA em Software Business e Comércio Eletrônico, Diretor da Light Infocon Tecnologia S/A e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP – Associação Brasileira de Fomento à Inovação em Plataformas Tecnológicas.

Uso de IA na pesquisa e desenvolvimento de medicamentos

Por Alexandre Moura
Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 9:50

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A maioria concorda que a “IA” (Inteligência Artificial) é o assunto mais discutido/comentado, quando se fala no tema geral “Tecnologia”. Entretanto, ainda não percebemos (ou não está claro) seu “impacto” na economia em geral e sua importância para a melhoria das nossas vidas.

Ao longo deste ano, pretendo trazer neste espaço (mesmo que de forma simplista e genérica) informações/considerações sobre a utilização de IA em diversos setores da economia e da atividade humana.

Para iniciar essa “série”, vou escrever sobre o “uso de IA na P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) de Medicamentos”. A IA tem transformado diversas indústrias, e o setor farmacêutico está entre os que mais se beneficia dessa revolução. A aplicação de IA na P&D de fármacos tem acelerado processos, reduzido custos, aprimorado remédios existentes e aumentado a eficácia na descoberta de novas terapias.

Uma das etapas mais críticas no desenvolvimento de novos medicamentos é a identificação de “alvos terapêuticos”, ou seja, proteínas ou genes, que desempenham um papel em uma doença específica (como, por exemplo, o câncer).

Modelos de IA, “treinados” em grandes volumes de dados biológicos e genômicos, podem analisar padrões complexos e sugerir alvos promissores que seriam difíceis de identificar por métodos tradicionais, especialmente com relação a “velocidade” dos resultados dessas análises.

Uso de IA na Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (II)

Em outra “frente”, a IA é utilizada para identificar moléculas que possam atuar como potenciais medicamentos. Por meio de técnicas como “Deep Learning” (“Aprendizado Profundo”) e “aprendizado por reforço”, algoritmos podem prever a interação entre compostos químicos e alvos biológicos, simulando testes laboratoriais em ambiente virtual (em computadores).

Isso reduz significativamente, o tempo (e o custo) necessário para a triagem inicial de “novos compostos” (e/ou aperfeiçoamento de existentes), que antes poderia levar anos.

Outro avanço proporcionado pela IA é o “reposicionamento de medicamentos”, que consiste em identificar novos usos para remédios já existentes.

Com a análise de dados clínicos e moleculares, algoritmos conseguem correlacionar informações aparentemente desconectadas, revelando possibilidades de tratamentos para outras doenças, muitas vezes com maior segurança, já que o medicamento está disponível e obviamente, tendo sido testado e aprovado/liberado pelos órgãos reguladores.

Uso de IA na Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (III)

Outra “vertical” que a utilização da tecnologia de IA vem revolucionando são os ensaios clínicos, uma das etapas mais caras e demoradas, do desenvolvimento de um medicamento.

Ferramentas baseadas em IA ajudam a selecionar os pacientes mais adequados para os testes, analisando dados genéticos, históricos médicos e outras informações relevantes consideradas pelos Médicos.

Desta forma, otimizando os “Ensaios Clínicos”, aumentando a probabilidade de sucesso dos ensaios e reduzindo desperdícios de recursos humanos e financeiros. A “Personalização de Tratamentos” (dentro da “medicina de precisão”), é outro destaque no uso de IA.

Atualmente, o uso dessa tecnologia desempenha um papel central na personalização de diversas terapias. Ao integrar dados genômicos, informações clínicas e históricos médicos, algoritmos podem prever como diferentes indivíduos responderão a um tratamento específico, permitindo a criação de medicamentos sob medida, para atender às necessidades de cada paciente.

Uso de IA na Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (IV)

Como escrevi nos tópicos anteriores, embora os avanços sejam notáveis, a implementação/uso da IA na P&D de medicamentos enfrenta ainda, muitos desafios, incluindo avanços na “regulamentação em nível global” do uso dessa tecnologia na medicina, de uma forma geral.

A qualidade e a disponibilidade de dados são questões críticas, pois algoritmos de IA dependem de grandes volumes de informações precisas, diversificadas e constantemente atualizadas.

Além disso, a interpretação das descobertas feitas por IA nem sempre é direta, exigindo validação experimental e supervisão de Médicos e Cientistas, que precisam “entender” como usar a tecnologia disponível.

Entretanto, fica claro que a IA tem se mostrado uma “aliada indispensável na P&D de medicamentos, proporcionando avanços que eram inimagináveis alguns anos atrás”.

O potencial da IA para transformar a P&D e principalmente, na produção de medicamentos é imenso. Com a utilização assertiva de IA, estamos no limiar de uma nova era de inovações médicas mais rápidas, eficientes e personalizadas.

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