Os 280 anos da chegada da imagem do Senhor do Bonfim, celebrada neste ano, tornam-se uma ocasião especial para fazer memória, valorizar sempre mais o seu belo Santuário situado em Salvador e a querida festa do Bonfim, com os seus vários momentos especiais.

A cultura e a religiosidade baianas se expressam vivamente ao longo dos festejos: a tradicional novena, de grande beleza artística e religiosa; o popular cortejo saindo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia até o largo do Bonfim, na quinta feira da lavagem do adro da Basílica Santuário; a solene celebração no domingo seguinte; a procissão dos Três Pedidos, com a qual se conclui a Festa, saindo da Igreja dos Mares em direção ao Bonfim, onde os fiéis dão três voltas em torno da Basílica fazendo três pedidos.

A venerada imagem do Senhor Bom Jesus do Bonfim, réplica da existente em Setúbal, Portugal, foi trazida em 18 de abril de 1745, um domingo de Páscoa, portanto, há 280 anos, e abrigada na igreja da Penha, na península de Itapagipe, até o final da construção da igreja do Senhor do Bonfim.

O oficial da Marinha Portuguesa, Teodósio Rodrigues de Faria, foi quem trouxe de Portugal para Salvador a imagem de Jesus Cristo crucificado, venerada como Senhor Bom Jesus do Bonfim, réplica da imagem existente em Setúbal, cidade natal do capitão português.

A imagem de Nossa Senhora da Guia, trazida na mesma ocasião, recebe especial devoção até hoje, permanecendo no altar principal junto ao seu filho Jesus.

No dia 24 de junho de 1754, com a finalização das obras internas da igreja construída na colina, as imagens do Senhor do Bonfim e de Nossa Senhora da Guia foram transferidas da igreja da Penha à colina do Bonfim, numa festiva procissão com grande participação popular. As obras foram concluídas em 1772, com o término da construção das torres.

A festa litúrgica do Bonfim passou a ser celebrada em janeiro, desde 1773, com a autorização do arcebispo Dom Sebastião Monteiro da Vide. Em 1927, a igreja do Bonfim foi elevada à Basílica pelo Papa Pio XI. Foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Cultural (IPHAN) em 17 de junho de 1938.

A festa do Senhor do Bonfim, pela sua extraordinária importância cultural, foi reconhecida como Patrimônio Imaterial do Brasil, pelo IPHAN, tendo sido entregue este título em 15 de janeiro de 2014.

Multidões de devotos têm participado da festa do Senhor do Bonfim, num clima de grande alegria e de convivência fraterna e pacífica, sinal de esperança num mundo marcado por tanta violência e guerras.

Peregrinar juntos até a Sagrada Colina, com o coração e os olhos fixos no amado Senhor do Bonfim, traz a esperança de alcançar “bom fim” perante tantos desafios, e de caminhar como “peregrinos da esperança” ao longo de todo o ano.