Os furtos e roubos de fios e cabos de cobre são práticas condenáveis que vêm afetando, de forma crescente, diversos setores da sociedade e causando prejuízos tanto para a população, quanto para a economia e o meio ambiente.

Este tipo de crime, que envolve o roubo de cabos utilizados em transformadores, motores e redes de energia elétrica, provoca interrupções nos serviços essenciais, prejudicando milhares de pessoas, bem como empresas públicas e privadas, afetando toda a cadeia produtiva e de serviços.

Nesse sentido, o impacto nos serviços essenciais é um dos aspectos mais graves, pois, quando os fios de cobre são roubados, regiões inteiras podem ficar sem água, eletricidade, internet e telefonia, o que afeta hospitais, estabelecimentos de ensino, indústria, comércio, segurança e atividades agrícolas, prejudicando especialmente os mais vulneráveis.

Nos sistemas de abastecimento, a interrupção do fornecimento de energia elétrica afeta diretamente o processo de bombeamento de água, já que os motores usados nas estações elevatórias param de funcionar.

No transporte público das grandes cidades, os cabos de cobre são fundamentais para o funcionamento de sistemas ferroviários e metrôs, e sua falta pode causar paralisações que impactam milhões de usuários desses modais de transporte.

Outro ponto importante relativo ao cobre é que ele é um material valioso e fácil de revender, sobretudo no mercado ilegal. Quando ocorrem os furtos e roubos, os custos de reposição dos equipamentos e de manutenção das infraestruturas danificadas são elevados, e os prejuízos recaem sobre toda a sociedade. Além disso, ao remover cabos energizados, os ladrões se expõem aos riscos de morrer eletrocutados.

Nesse contexto, a prática ilegal e condenável dos furtos e roubos de fios e cabos de cobre revela, ainda, uma falha no controle e fiscalização do comércio de sucata e materiais recicláveis. O cobre roubado geralmente é vendido a sucateiros que, por falta de uma regulamentação rigorosa, acabam comprando o material sem questionar sua origem.

Para mitigar essa situação, é fundamental que o governo e as empresas concessionárias intensifiquem a fiscalização e que sejam adotadas leis rígidas para combater e inibir o comércio ilegal do cobre.

Um aspecto não menos importante e pouco explorado pelos meios de comunicação é que a extração e o processamento do cobre exercem impactos significativos sobre o meio ambiente. Esses impactos vão desde a degradação do solo até a contaminação das águas e o aumento das emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera.

Nas jazidas de cobre, a matéria-prima é obtida principalmente por meio da mineração a céu aberto. Tal prática requer a remoção de grandes áreas de vegetação e solo para acessar os minérios, resultando em desmatamento, perda de biodiversidade e erosão.

Em geral, a mineração de cobre é uma atividade que envolve riscos físicos, exposição a substâncias tóxicas e desafios ambientais que afetam diretamente a saúde e segurança dos trabalhadores.

O processamento do cobre envolve uma série de etapas que utilizam substâncias químicas e produzem emissões poluentes. A lixiviação, um método comum de extração do cobre, utiliza ácidos fortes para separar o metal da rocha. Esse processo gera resíduos líquidos e sólidos tóxicos, que precisam ser tratados e dispostos com cuidado para evitar contaminação do solo e dos lençóis freáticos, o que resulta em custos elevados.

Portanto, os furtos e roubos de cabos e fios de cobre são um problema sistêmico que ultrapassa o comércio ilegal, pois afetam a sustentabilidade, prejudicam a economia, impactam o meio ambiente e colocam vidas em risco.