Fechar
O que você procura?
Blogs e Colunas
Jornalista, Pós-Graduada em Comunicação Educacional, Gerente de Negócios das marcas Natura e Avon.
Continua depois da publicidade
O que trago hoje é fruto de conversas, de risadas e depoimentos que a gente escuta, reflete, traz pra vida. Obviamente que tem aquela pitada de experiência pessoal, e essa parte fica a critério da imaginação de cada um identificar…rs, para não perder a graça nem abrir mão da licença poética. A ideia é divertir com um assunto sério.
Vamos passear neste tema instigante, que é o casamento?
Dizem que para conhecer alguém de verdade é preciso comer um quilo de sal junto. A gente aqui já comeu pelo menos uma tonelada, e ainda assim meu marido continua me surpreendendo. Às vezes pra melhor, às vezes… bom, digamos que continuo praticando o amor incondicional.
No começo, tudo era festa. A descoberta das manias era quase fofa. “Olha que engraçado, ele separa o arroz por tamanho!”, “Ai, que gracinha, ela canta com a escova de cabelo!”, “como fica linda quando está zangada” “deixo o ar condicionado em 17 graus para você me agarrar” …. Passaram-se os meses e as manias ou excentricidades, foram aumentando e viraram desafios olímpicos de paciência…para os dois lados.
Vieram os ajustes. Ajustes no despertador, porque ele acha que 5h é meio da manhã e eu acho que 6h ainda é noite, ajustes na temperatura do chuveiro, ela gosta de banho vulcânico, ele prefere banho de nascente, e ajustes emocionais, porque viver junto é quase como aprender um idioma novo: cheio de sotaques, ruídos e mal-entendidos.
E, claro, vieram as crises. Umas declaradas, outras silenciosas, travadas entre uma colher de feijão com arroz e um suspiro profundo. E teve também aquela parte que nunca virou briga: a separação que só aconteceu na cabeça. Me divorciei mentalmente umas boas vezes, saí de casa em pensamento, fui morar sozinha em Paris, adotei um elefante, aprendi francês. Voltei sempre antes do jantar.
Tenho quase certeza de que ele também já se separou de mim em pensamento. Já deve ter viajado pro interior, virado ermitão e escrito um livro chamado “Manual de Sobrevivência Conjugal”. Mas, veja bem, ninguém nunca disse nada. E isso salvou a gente. Porque a diferença entre um casamento feliz e um triste talvez seja essa: guardar certas separações só pra imaginação.
No fim, a gente percebe que viver a dois é um eterno trabalho em grupo onde ninguém pode pedir pra mudar de dupla. E que sorte a minha – e a dele – que a gente nunca entregou a prova em branco.
Quer dizer… teve aquela vez que ele esqueceu nosso aniversário de casamento e tentou consertar com um cupom de desconto do lava-rápido, um jantar romântico com o prato preferido dele… Mas tudo bem. Já superei. Só menciono de vez em quando… tipo em todo jantar de família.
Porque no fundo, casamento é isso: uma comédia dramática de longa-metragem, sem direito a trailer, mas com muitas cenas pós-crédito. E spoiler: no final, a gente continua junto — meio ranzinza, meio surdo, rindo de nós mesmos, tirando onda das nossas “mancadas”, mas de mãos dadas procurando o controle remoto que sempre se esconde e quando encontrado no lugar mais obvio rende risadas e implicância bem humorada, já que toda boa história precisa do bom e velho sal na medida certa para dar o sabor que a tudo faz sentido, nos aproximam, nos enlaça, nos abraça, já que a vida sem o outro seria, aí sim, uma tragédia de fato dramática.
Para finalizar, se dez vezes eu fosse casar, escolheria o mesmo homem, porque casamento é como megasena acumulada da virada e eu fui a ganhadora há 33 anos!
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
Continua depois da publicidade
© 2003 - 2025 - ParaibaOnline - Rainha Publicidade e Propaganda Ltda - Todos os direitos reservados.