Há 38 anos, nascia nas ruas de Campina Grande o embrião do Cata-Livros – sem medo de errar, o mais importante Sebo da cidade, demandado não apenas por gente da cidade, mas por amantes da leitura de todo o país.

Filmes, séries e minisséries, produzidas por profissionais do eixo Rio-São Paulo não se rogam a ligar para Ronaldo Roberto de Andrade, o livreiro que desde 1986, vem, entre altos e baixos, alimentando de conhecimento, aqueles que ainda acreditam no poder da leitura.

O Sebo já foi mambembe. Já ocupou parte da calçada da chamada Rodoviária Velha, passando pelo Calçadão Jimmy de Oliveira, até se estabelecer na Praça Clementino Procópio e na Av. Getúlio Vargas, quase colado ao Cyber Campina.

O seu acervo é rico, talvez um dos motivos que o leva a tornar-se um ponto de rodadas de conversas, reunindo estudantes, professores, poetas, escritores, jornalistas e intelectuais da cidade. Visitantes ilustres, também dão uma passada por lá, caso de Paulinho da Viola que, em passagem pela grande Campina, dedicou uma tarde inteira a garimpar raridades da literatura.

A sua inconteste importância, se oxigena, mais ainda, nos tempos atuais, quando os requintes tecnológicos tendem a virtualizar toda e qualquer publicação impressa, roubando o gosto pelos livros, em boa medida, editados com fina sofisticação, propiciando um prazer, a mais, ao ato de ler.

O Cata-Livros, sem dúvida, merece uma biografia. Muitas histórias foram vivenciadas e que continuam a acontecer nas suas acomodações. Enquanto um bom escriba não se escala para realizar essa proeza, destaquemos, apenas, o agradecimento do saudoso Rômulo de Araújo Lima, no momento em que concluiu A Luz que Não se Apaga – uma de suas ultimas obras: “A Ronaldo Roberto de Andrade, do Cata-Livros, que catou livros e boletins antigos necessários a elucidação de questões particularmente difíceis”.

Vida longa ao livreiro e a sua cria.