Tecnologia

Área de tecnologia: IFPB é parceiro de programa que vai capacitar mulheres

Da Redação com Ascom
Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 8:26

Foto: Ascom/IFPB

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Uma iniciativa conjunta do Ministério da Educação (MEC) e da multinacional chinesa Huawei vai beneficiar mais de 5.000 mulheres brasileiras com cursos de capacitação. O programa “Mulheres para a Tecnologia Brasileira” foi lançado nesta quarta-feira (11), em João Pessoa-PB, no Paço dos Leões, em um evento exclusivo para convidados. O Instituto Federal da Paraíba (IFPB) é parceiro da ação, que será viabilizada por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec). A cônsul-geral da China no Recife, Lan Heping, estava entre as autoridades presentes ao evento.

Com investimentos de R$ 5 milhões da Huawei, serão contemplados inicialmente cinco estados do Nordeste: Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Sergipe. Cada estado deve ofertar mil vagas. Existe a perspectiva de ampliar o programa para o restante do país no futuro, mas o acordo entre o Ministério da Educação e a empresa já prevê a disponibilização de uma plataforma para toda a Rede Federal. A iniciativa visa à inclusão social, educacional e produtiva de mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica, mas alunas das instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica também terão prioridade nas vagas.

Será ofertada qualificação em áreas estratégicas, como inteligência artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), nuvem e empreendedorismo digital, e a carga horária é de 160 horas por curso. A exemplo do “Mulheres Mil” — criado em 2007, instituído nacionalmente em 2011 e retomado em março deste ano pela atual administração federal —, o “Mulheres para a Tecnologia Brasileira” será executado no modelo de bolsa-formação, vinculada à permanência das estudantes no curso escolhido. Para a execução do programa, também serão selecionados profissionais interessados em atuar na condição de professores bolsistas.

O titular da Setec/MEC, Marcelo Bregagnoli, explicou que a parceria público-privada vai além da qualificação profissional, pois cria cinco mil oportunidades, dentro do princípio da empregabilidade e do empreendedorismo, buscando reparar desigualdades históricas relacionadas à vulnerabilidade social e econômica das mulheres. “Para além disso, esse convênio estabelece uma parceria próxima da Huawei e dos Institutos Federais, com o MEC, na perspectiva de tecnologias para laboratórios, apoio para eventos técnico-científicos, estágios e oportunidades de emprego”, declara.

O secretário lembrou que uma das principais políticas públicas efetivas do atual governo são os Institutos Federais, e a Rede Federal foi escolhida para executar o programa devido à sua excelência e compromisso com a qualidade. “A gente inicia essa ação de qualificação com uma grande ponta de lança, que é a maior que a Rede Federal pode ter, justamente porque trabalha com a questão da formação de pessoas para ampliar a questão tecnológica, dentro do ensino, da pesquisa e da extensão”, declarou Marcelo Bregagnoli. “A gente está falando em sinergia, em potencializar ações que seriam diferentes se aplicadas de modo individual”, destaca.

Durante o evento, Victor Montenegro, diretor de Educação e Responsabilidade Social da Huawei Brasil, ressaltou a importância dos Institutos Federais no programa. “A Rede de Institutos Federais tem uma capilaridade sem igual. Existe Instituto Federal em todo local. Então, o que a gente quer, através dessa capilaridade, é, através de investimentos que a gente já faz na Rede, qualificar mulheres em tecnologia. Desde aquela que não sabe de nada, e que pode ter um letramento digital, até aquela que já tem alguma noção de tecnologia”, diz.

“A capilaridade da Rede Federal é essencial para acelerar a qualificação digital no Brasil e diminuir as disparidades regionais. Educação e inclusão devem caminhar juntos, especialmente em um país tão desigual como o nosso”, afirma Victor Montenegro. “Então, esse programa é um passo muito importante”.

Para a reitora Mary Roberta, o programa “Mulheres para a Tecnologia Brasileira” tem uma relevância muito grande no enfrentamento à desigualdade de gênero, visto que visa inserir mulheres no mercado de trabalho tecnológico, valorizando a diversidade e o potencial feminino. “É um direito das mulheres ter espaço em todas as áreas da sociedade e elas podem passar a exercer tal direito a partir dessas oportunidades”, declara. “Esse programa tem o papel de trazer as mulheres para o mundo tecnológico, para que elas possam dar sua contribuição à sociedade, para que seus cérebros sejam aproveitados e que o lado humano e feminino esteja em todos os lugares”, disse a dirigente máxima do IFPB.

Representando o governador da Paraíba no evento, o secretário Cláudio Furtado (Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior) destacou a importância de ações afirmativas voltadas à inclusão de mulheres na tecnologia. “A gente tem uma baixa participação de mulheres na área da tecnologia, e isso não é um problema só do Brasil, é um problema mundial. E ações afirmativas como essa, em que você une o setor produtivo ao setor acadêmico, são muito importantes porque você já tem uma formação casada. Você já vai atender uma necessidade, uma demanda de mercado”, comentou, ressaltando que o programa alia o componente social com recorte de gênero à formação de mentes de obra para o mercado.

A cônsul-geral Lan Heping destacou em seu pronunciamento as iniciativas da China com foco na implementação de políticas de igualdade de gênero e de fomento ao empreendedorismo feminino, aumentando a consciência de autoproteção das mulheres e promovendo a melhoria de sua posição social. Lan Heping também ressaltou que a China está pronta para trabalhar com todos os setores da comunidade brasileira para promover ainda mais a cooperação prática no campo da ciência e tecnologia.

Já o deputado federal Ruy Carneiro (PODE-PB) disse que mais empresas precisam sair do eixo Rio-São Paulo, a exemplo do que a Huawei está fazendo ao focar o programa “Mulheres para a Tecnologia Brasileira” em estados do Nordeste. Carneiro ainda fez referência ao apoio constante da bancada paraibana federal ao Instituto Federal da Paraíba, por meio da destinação de emendas parlamentares, e evidenciou a importância de iniciativas entre a iniciativa privada e o governo. “É uma honra representar a Câmara Federal neste evento que eu chamo de ‘Evento de Cidadania’. Estamos juntos aqui fazendo cidadania, ao buscar dar oportunidades para as mulheres”, afirma.

A ministra Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) não pôde estar em João Pessoa, mas enviou um vídeo saudando os participantes da solenidade e celebrando a iniciativa conjunta entre o governo federal e a multinacional chinesa.
Homenagem a mulheres por atuação de destaque

O evento na capital paraibana reuniu lideranças políticas, empresariais e educacionais, incluindo sete reitoras da Rede Federal: Mary Roberta Meira Marinho (IFPB); Veruska Ribeiro Machado (Instituto Federal de Brasília); Ana Paula Palheta Santana (Instituto Federal do Pará); Nilra Jane Filgueira Bezerra (Instituto Federal de Roraima); Ruth Sales (Instituto Federal de Sergipe); Oneida Cristina Gomes Barcelos Irigon (Instituto Federal de Goiás); e Ana Paula Giraux Leitão (Colégio Pedro II). A vice-prefeita eleita de Cabedelo, Camila Holanda (mulher do deputado federal Mersinho Lucena); a publicitária e presidente do União Mulher Paraíba, Carol Morais (mulher do senador Efraim Filho); e a médica e Secretária de Políticas Públicas para a Mulher, Rossana Freire Galdino (mulher do deputado federal Murilo Galdino), participaram da cerimônia.

Durante a solenidade, a Huawei homenageou mulheres que se destacam em sua área de atuação, dada suas contribuições e ações para a promoção da igualdade de gênero e na redução das disparidades no mercado de trabalho. Além das reitoras da Rede Federal, foram homenageadas as seguintes personalidades com o troféu Women in Tech 2024: Claudia Cohn, CEO Dasa; Miriam Aquino, diretora do Telesíntese; Daniella Ribeiro, senadora paraibana (representada por Camila Mariz, segunda-dama da Paraíba e coordenadora do programa “Antes que Aconteça); Paula Dora Aostri Morales, delegada da Polícia Federal e diretora da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal);

Também foram homenageadas: Cristina Cestari, CIO da Volkswagen para a Região América do Sul; Sonia Faustino Mendes, secretária-executiva do Ministério das Comunicações (representada por Ana Beatriz Souza Almeida, chefe de gabinete da secretaria-executiva); Débora Heredia Ignacio Bortolasi, vice-presidente da Vivo (representada por Cintia Pagani, diretora de Produtos); Tarciana Medeiros, presidenta do Banco do Brasil (representada por Lorena Prado, gerente executiva do BB); e Glória Guimarães, integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS).

Para a jornalista Miriam Aquino, a entrada de mais mulheres na tecnologia não é uma questão de justiça social, é um imperativo econômico e estratégico. “O futuro é feminino e feminino tecnológico”, diz. A executiva Claudia Cohn comentou que era um prazer participar da cerimônia. “Este é um momento especial e significativo. Como diretora-executiva, sei como a tecnologia é importante para o trabalho”, afirma, lembrando que é importante que as mulheres sejam competentes para ocupar espaços não apenas na área de tecnologia, mas em todas as áreas.

Painel debate integração da mulher no mercado tecnológico
O evento de lançamento do programa “Mulheres para a Tecnologia Brasileira” ainda contou com o painel “Desafios e Integração da Mulher no Mercado Tecnológico”.

Conduzido por Cintia Lima, diretora de Comunicação da Huawei Brasil, o espaço contou com a participação da segunda-dama da Paraíba, Camila Mariz; da chefe de gabinete da Secretaria-Executiva do Ministério das Comunicações, Ana Beatriz Souza Almeida; da executiva na Diretoria de Tecnologia do Banco do Brasil, Lorena Prado; da reitora do Instituto Federal de Sergipe, Ruth Sales; e da médica e Secretária de Políticas Públicas para a Mulher, Rossana Freire Galdino.

Em sua participação, Rossana Galdino desejou que o governo e o MEC continuem ampliando parcerias com a iniciativa privada. “Quando você capacita uma mulher, você transforma uma comunidade”. Camila Mariz relatou que sua mãe foi vítima de feminicídio e pontuou que a parceria lançada na Paraíba era um evento disruptivo na atual cultura brasileira. Ana Beatriz Souza lembrou que, quando decidiu seguir na área da tecnologia, não encontrou referência alguma em sua família, situação semelhante à retratada em vídeo exibido pela Huawei. Já a reitora Ruth Sales afirmou que a tecnologia social precisa da tecnologia digital para ajudar as mulheres, o que pode ser viabilizado pela parceria entre o MEC e a Huawei. “E isso é fantástico! Não existe transformação de vida sem educação”.

Saiba mais
• A Huawei é líder global de infraestrutura para Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e dispositivos inteligentes. A companhia tem como visão enriquecer a vida das pessoas por meio das tecnologias digitais e é dedicada à inovação centrada no cliente;

• A multinacional trabalha em parceria com brasileiros, impulsionando a inovação e ajudando a desenvolver novos talentos locais para o setor de telecomunicações. Nos últimos 10 anos, treinou mais de 40 mil profissionais em todo o Brasil;

• Desde 2022, a Huawei mantém no Brasil o programa Women in Tech (Mulheres na Tecnologia), que agora será ampliado no país por meio da parceria público-privada entre a multinacional chinesa e o governo brasileiro.

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