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Dicas: o que você deve saber antes de comprar um celular

Da Redação*
Publicado em 23 de novembro de 2024 às 20:39

Foto: Allison Sales/Folhapress

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Com tantas características diferentes e várias marcas disponíveis, comprar um celular novo é sempre uma batalha a ser travada nos sites de compras e nas lojas físicas.

O modelo perfeito é subjetivo —depende do gosto, do orçamento e do modo de uso de cada consumidor—, mas é possível, partindo de algumas características, fazer uma boa escolha sem sair no prejuízo.

Se você pretende usar a Black Friday para trocar seu smartphone, veja a seguir o que levar em conta ao comprar.
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DEZ COISAS PARA VER ANTES DE COMPRAR UM CELULAR

1. MARCA
No Brasil, segundo dados de 2023 da plataforma Statista, o mercado de celulares é dominado por quatro empresas —Samsung (39,5% de participação), Motorola (20%), Apple (18,25%) e Xiaomi (13,25%).

A Samsung é conhecida pela oferta ampla e a boa qualidade das telas; a Motorola, por sistemas operacionais leves; a Apple, pela qualidade geral dos modelos premium; e a Xiaomi, pela boa relação custo-benefício.

Se preço não é problema e a dúvida estiver entre os modelos Android e iOS, o sistema operacional do Google oferece integração mais natural com serviços como Gmail e Drive, flexibilidade e personalização, enquanto o da Apple é reconhecido pela integração com outros dispositivos da marca, atualizações regulares e segurança.

A transição de um para outro não é difícil, mas, se não quiser ter um trabalho a mais, é melhor continuar na mesma marca.

2. PREÇO
Modelos mais caros geralmente oferecem as melhores configurações, mas é necessário avaliar se esses recursos extras serão de fato utilizados e se o preço mais alto se justifica em relação à concorrência. O WhatsApp vai funcionar tanto em um celular de R$ 1.000 quanto em um de R$ 10 mil.

O mercado é dividido em modelos de entrada, intermediários e premium, que oferecem o melhor em termos de acabamento, desempenho e recursos. A faixa de preço de cada nível varia, com o primeiro custando até cerca de R$ 1.000, o segundo, até R$ 3.000, e o terceiro, acima disso.

Optar por produtos usados também pode ser uma alternativa para comprar um topo de linha mais em conta, mas é necessário se atentar aos detalhes do aparelho, como a procedência e a condição da bateria e da tela.

3. MODELO
Conheça abaixo os principais modelos de cada empresa, divididos entre os três níveis de preço. A reportagem usou como referência os produtos disponíveis nos sites oficiais de cada marca.

Samsung
A marca sul-coreana divide seus aparelhos em quatro linhas principais, representadas por uma letra antes do modelo: Galaxy M, A, S e Z. Esses modelos são lançados anualmente e abrangem diferentes faixas de preço, com o M e o A representando celulares mais acessíveis e o S e o Z (dobráveis), os premium. Quanto maior for o número da dezena, mais completo será o celular. O dígito da unidade representa a versão, geralmente anual.
– Entrada: Galaxy M14, M15, A05, A05s e A15
– Intermediário: Galaxy M34, M35, M55, A25, A35, A55, S23 FE
– Premium: , S23+ e S23 Ultra; Galaxy S24, S24+ e S24 Ultra; Galaxy Z Fold6 e Z Flip6

Motorola
Como na concorrente sul-coreana, a divisão ocorre em quatro faixas: Moto E, Moto G, Edge e Razr (dobráveis). A lógica dos dígitos segue a mesma, com, por exemplo, o Moto G85 sendo mais completo e caro que um Moto G04.
– Entrada: Moto E13, E22, Moto G04, G24
– Intermediário: Moto G34, G54, G85, Motorola Edge 40, Edge 50 Fusion
– Premium: Motorola Edge 50 Pro, Edge 50 Ultra, Razr 40, Razr 40 Ultra e Razr 50 Ultra

Apple
Diferentemente das outras concorrentes, a Apple concentra seus esforços no segmento premium, embora alguns modelos antigos possam se encaixar no intermediário. No Brasil, os iPhones 15 e 16 custam todos acima de R$ 3.000.

Hoje, os iPhones são lançados em quatro versões: padrão, Plus, Pro e Pro Max. A linha Pro oferece câmeras melhores, chips mais potentes e recursos inéditos, enquanto o Plus e o Pro Max apresentam telas e baterias maiores.

Há também os modelos SE, mais baratos e compactos, que são lançados com menos frequência —hoje este está na 3ª geração.

Xiaomi
Conhecida por ter modelos mais acessíveis, principalmente devido à facilidade da importação pelos marketplaces asiáticos, a Xiaomi tem diversas linhas. As mais conhecidas são a Redmi Note e a Poco X. Como os preços no varejo variam, usou-se como referência os preços da loja oficial.
– Entrada: Poco C40, Redmi 10, 12C, 13C
– Intermediário: Redmi Note 12, Note 13; Poco X5, X6
– Premium: Xiaomi 14T; Redmi Note 12 Pro, Note 13 Pro; Poco X6 Pro

4. TELA
Como a tela dos smartphones hoje chega a ocupar mais de 90% da frente do dispositivo, sua qualidade é crucial na hora de escolher um novo aparelho. Aqui, três características principais devem ser consideradas: a resolução, o tipo de tecnologia e a taxa de atualização.

A resolução refere-se à quantidade de pixels na tela —quanto maior, mais nítida será a imagem exibida em uma tela do mesmo tamanho. Em ordem crescente, há resoluções como HD (720p), Full HD (1080p), Quad HD (1440p) e 4K.

A tecnologia da tela está relacionada à qualidade da imagem. Telas LCD, mais acessíveis, oferecem cores menos vibrantes e menor brilho, enquanto telas Oled, como as encontradas no iPhone 16 e na maioria dos modelos da Samsung, proporcionam cores mais vivas e contrastes mais profundos, embora a um custo mais elevado.

A taxa de atualização representa o número de vezes que o display é atualizado por segundo. Isso significa que frequências mais altas resultam em uma exibição mais suave.

Embora a taxa de 60 Hz seja suficiente para a maior parte dos casos, os 120 Hz oferecidos em celulares mais caros proporcionam uma experiência de visualização melhor.

Além dessas características principais, vale a pena conferir se o aparelho tem proteção contra riscos, como a do tipo Gorilla Glass, e compatibilidade com HDR.

Por exemplo, um smartphone de entrada como o Moto G04 tem tela LCD com taxa de atualização de 90 Hz e resolução HD, características suficientes para um uso básico.

Enquanto isso, a linha Samsung Galaxy S24 e os iPhones 15 Pro e 15 Pro Max, todos com telas Oled e taxa de atualização de até 120 Hz, oferecem uma qualidade superior, mas a um preço mais elevado.

5. DESEMPENHO
O desempenho de um smartphone, que envolve a velocidade com que ele abre aplicativos, a quantidade de tarefas que podem ser executadas simultaneamente e a qualidade gráfica de jogos, depende da capacidade de processamento do aparelho.

O processador, como os modelos Snapdragon da Qualcomm ou os chips projetados pela Apple, determina a velocidade de execução dos programas. Além da versão (como Snapdragon 8 Gen 3 ou A18), sua capacidade é medida pela frequência de operação, expressa em GHz. Processadores mais potentes permitem que o dispositivo execute tarefas complexas com maior rapidez.

A quantidade de memória RAM (4 GB, 6 GB, 8 GB etc.) ajuda a manter múltiplas tarefas funcionando sem engasgos. Geralmente, 6 GB são mais que suficientes para os usuários que alternam entre redes sociais, navegação na internet e jogos leves.

Se o uso tem a ver com tarefas mais pesadas, a unidade de processamento gráfico (GPU) também é importante. Modelos recentes como a Adreno 750, integrada no Snapdragon 8 Gen 3, oferecem bom desempenho.

Para tarefas cotidianas, como usar redes sociais e rodar jogos simples, 4 GB de RAM e um processador de nível médio, como o Helio G85, de 2 GHz, ou o Snapdragon 695, de 2,2 GHz, são suficientes.

No entanto, para uma experiência geral com menos engasgos, para jogos pesados e uso intenso, processadores de ponta como o Snapdragon 8, junto com 8 GB de RAM ou mais, são mais recomendados.

Como os aplicativos tendem a ficar mais complexos e pesados com o tempo, um desempenho maior no presente pode também aumentar a vida útil do aparelho.

Desenvolvidos e produzidos especificamente para os iPhones, os chips da Apple são mais otimizados, oferecendo desempenho igual ou superior aos concorrentes mesmo com especificações inferiores em números brutos.

O parâmetro Antutu, que dá uma pontuação geral para o desempenho dos celulares, é útil para comparar diferentes dispositivos e visualizar a diferença entre aparelhos de entrada, intermediários e premium.

6. CÂMERA
A qualidade da câmera de um celular pode muitas vezes ser o fator decisivo na hora da compra. De modelos mais simples a outros com conjuntos de várias lentes, vale se atentar a alguns fatores.

A resolução da câmera, medida em megapixels (MP), é um dos principais chamarizes de alguns celulares, mas não é o fator determinante da qualidade das fotos.

Altas resoluções capturam mais detalhes, mas o resultado final também depende das lentes, da qualidade do sensor e do processamento feito pelo software de cada celular.

Hoje, recursos com inteligência artificial também podem ajudar.

Por exemplo, o Samsung Galaxy S24 Ultra tem uma câmera principal de 200 MP, enquanto o rival iPhone 16 Pro Max tem uma câmera principal de 48 MP. Apesar da resolução menor, o aparelho da Apple se destaca pelo processamento de imagem, que garante cores e um balanço de branco mais precisos.

Isso não significa que o aparelho da marca sul-coreana, tão caro quanto o concorrente, tenha uma câmera ruim —pelo contrário, se destaca em fotos tiradas em ambientes bem iluminados.

Também importante é a abertura da lente, indicada por números como f/1.8 e f/2.2. Quanto menor o número, maior a abertura, permitindo que mais luz entre, o que é importante para fotografar ambientes escuros, por exemplo.

Um recurso útil para interessados em fotografia no celular é a plataforma especializada DxOMark, que mantém um ranking atualizado das melhores câmeras partindo de critérios pré-estabelecidos, testes detalhados e exemplos práticos. Nessa lista, por exemplo, o iPhone 16 Pro Max está na 4a posição, enquanto o Galaxy S24 Ultra, na 27a.

O melhor avaliado é o chinês Huawei Pura 70 Ultra.

Procurar por exemplos reais de fotos tiradas em cada aparelho, principalmente para decidir entre modelos de entrada ou intermediários, também é uma saída para escolher uma câmera adequada ao seu gosto.

7. BATERIA
A autonomia da bateria é fundamental para quem carrega o celular consigo o tempo todo. A sorte é que a maioria dos smartphones modernos, especialmente de marcas populares, vem equipada com módulos que duram pelo menos um dia inteiro de uso moderado.

A duração varia conforme as atividades realizadas no aparelho. Leitura de reportagens e troca de mensagens consomem menos energia, enquanto assistir a vídeos em alta definição ou jogar games pesados drenam a bateria mais rapidamente.

Um dos principais indicadores da autonomia é a capacidade, medida em miliampère-horas (mAh). Em geral, uma bateria de 5.000 mAh é um bom ponto de referência para dispositivos novos.

Alguns fabricantes também fornecem estimativas de quantas horas de vídeo ou uso misto o dispositivo aguenta com uma carga completa, o que pode ajudar na hora de escolher. Por exemplo, o iPhone 15 Pro Max reproduz até 33 horas de vídeo, enquanto o Galaxy S24 Ultra, até 30 horas.

Também vale olhar se o celular tem suporte a carregamento rápido e carregamento sem fio, recursos que podem quebrar um galho na hora do sufoco.

Por exemplo, um celular de entrada como o Moto G34 vem com uma bateria de 5.000 mAh, que pode durar mais de um dia de uso moderado, especialmente considerando que seu processador e tela são menos exigentes em termos de consumo de energia.

Já um premium como o Samsung Galaxy S24 Ultra também tem uma bateria de 5.000 mAh. Com um processador mais potente e uma tela melhor, a duração da bateria poderia ser menor, mas isso é compensado com a melhor otimização e com recursos de gerenciamento de energia. O modelo também é compatível com carregamento rápido de 45W.

8. ARMAZENAMENTO
O armazenamento interno é essencial para guardar fotos, vídeos, aplicativos e outros arquivos importantes. As opções de armazenamento variam de 64 GB em dispositivos de entrada até 2 TB em alguns modelos premium.

Além disso, alguns aparelhos oferecem a possibilidade de expansão via cartões de memória microSD, e serviços pagos de armazenamento em nuvem, como iCloud+ e Google Drive, oferecem assinaturas com preços acessíveis.

A escolha da capacidade deve estar relacionada ao tipo de uso, levando em conta que o sistema operacional e aplicativos pré-instalados também ocupam uma parte do espaço. Como nos outros casos, um armazenamento maior, com pelo menos 128 GB, dá mais vida útil ao aparelho.

9. CONECTIVIDADE
A conectividade de um celular abrange itens como redes móveis (4G, 5G), Wi-Fi, Bluetooth, NFC e GPS.

Com a expansão do 5G desde 2022 no Brasil, optar por dispositivos compatíveis com a rede garante maior longevidade ao dispositivo. A nova geração da internet móvel oferece velocidades maiores e tempo de resposta menor em relação ao 4G.

Já o NFC (comunicação de campo próximo) torna o celular compatível com pagamentos por aproximação, como aqueles feitos via Google Pay ou Apple Pay. Versões mais recentes de Bluetooth e Wi-Fi também permitem que o celular seja compatível com dispositivos novos, como fones de ouvido sem fio e objetos de casa inteligente.

10. ACABAMENTO
O acabamento do celular está relacionado à sua aparência, durabilidade e ergonomia na hora de segurá-lo.
Por exemplo, vale a pena ver se o revestimento do celular é feito em plástico, vidro ou alumínio; se ele tem bordas arredondadas e cantos em metal; e se o peso e tamanho é similar ao seu atual, para que não haja estranhamento.

Presença de resistência a pó e água (como IP68) e proteção antirrisco na tela (como Gorilla Glass) também são bons diferenciais.

Por exemplo, enquanto um celular de entrada como o Samsung Galaxy A15 tem revestimento em plástico na parte de trás e nos cantos, o Galaxy S24 Ultra tem vidro na parte de trás e metal nos cantos, além de resistência à água.

*GUSTAVO SOARES/Folhapress

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