Saúde e Bem-estar

Momentos festivos exigem atenção com consumo abusivo de álcool

Da Redação*
Publicado em 24 de dezembro de 2025 às 15:30

bebida alcoólica

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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Embora menos brasileiros estejam consumindo bebida alcoólica atualmente, o consumo abusivo entre aqueles que continuam bebendo representa um desafio para a saúde pública.

De acordo com o relatório Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2025, publicado pelo Cisa (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), 64% dos brasileiros declararam não ter consumido álcool neste ano, um aumento em relação aos 55% de 2023.

A chegada do recesso, das férias e das festa de fim de ano, contudo, pode alterar esse cenário. O padrão de consumo episódico pesado —o famoso “beber para ficar bêbado”— persiste culturalmente nas datas festivas, por isso é importante ter cuidado para evitar intoxicações, acidentes por ingestão de álcool em excesso e outras emergências médicas.

“Esse é o comportamento que mais preocupa na saúde pública, e a evidência científica é consistente: não existe nível totalmente seguro de consumo de álcool”, afirma a endocrinologista Carolina Rocha Betônico, doutora pela USP (Universidade de São Paulo). Segundo ela, mesmo pequenas doses podem causar danos. “Em grandes quantidades esses riscos se multiplicam rapidamente”, acrescenta a médica, que também é docente da Fundação Educacional do Município de Assis.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que o álcool contém substâncias psicoativas e tóxicas que causam dependência e reforça que a ingestão de pequenas quantidades também é prejudicial à saúde. A organização ressalta, contudo, que a maioria dos danos relacionados ao álcool decorre do consumo excessivo, seja eventual ou contínuo.

“Um único episódio aumenta o risco de acidentes automobilísticos, afogamentos, quedas, comportamento agressivo ou tentativas de suicídio, além de comportamentos sexuais de alto risco, intoxicações graves e até overdose”, afirma Betônico. Além dos prejuízos ao próprio indivíduo e a terceiros, o consumo excessivo de álcool provoca situações que sobrecarregam os sistemas de emergência, seja pelo uso isolado ou em combinação com outras drogas.

Fisiologicamente, o excesso repentino de álcool no organismo pode causar desde gastrite e pancreatite aguda até arritmias cardíacas e risco de infarto, além de náuseas e vômitos. O uso abusivo também pode causar alterações de consciência e crises convulsivas.

Segundo o endocrinologista Paulo Augusto Carvalho Miranda, metabologista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o consumo excessivo de bebida alcoólica também está associado a um maior risco de doenças metabólicas, hepáticas e cardiovasculares, bem como à elevação dos níveis de ácido úrico (que causa gota) e de triglicérides.

O consumo abusivo esporádico é igualmente perigoso, acrescenta o médico. “Também eleva o risco de lesão hepática aguda, hepatite alcoólica. O excesso de consumo em situação única também aumenta o risco de pancreatite e está associado a vários desfechos negativos de saúde e redução da expectativa de vida.”

De acordo com a endocrinologista Carla Adlung, metabologista e integrante da plataforma INKI de consultas médicas, “todo efeito que o álcool gera no corpo decorre do seu potencial de intoxicação”. “Reduz a coordenação motora e os reflexos, compromete o juízo crítico, causa desidratação, aumenta a sobrecarga no fígado e interfere no metabolismo da glicose”, enumera.

Outra preocupação são as interações perigosas com medicações de uso contínuo. “Alguns medicamentos podem interagir com álcool, como anti-inflamatórios, ansiolíticos, remédios para depressão e medicações para diabetes”, lembra Adlung.

ATENÇÃO À PROCEDÊNCIA DA BEBIDA

Os perigos relacionados ao consumo de álcool atingiram outro patamar neste ano com os casos de bebidas adulteradas com metanol, uma substância altamente tóxica. Foram confirmadas 23 mortes no país, sendo 11 no estado de São Paulo.

“Mesmo em pequenas quantidades [o metanol] pode causar danos graves, como cegueira e alterações neurológicas. Por isso é essencial consumir apenas bebidas de procedência conhecida”, diz Betônico.

CONSUMO CONSCIENTE

Diante dos riscos, os especialistas convergem em recomendar moderação e estratégias de redução de danos, especialmente em períodos de confraternizações.

“As pessoas devem ficar atentas para que a celebração não se torne um momento de embriaguez”, diz Miranda. Ele afirma que é essencial se alimentar e beber água e sugere controlar o tipo de bebida e o volume ingerido.
Betônico é direta: “evite ingerir grandes quantidades em pouco tempo e nunca misture álcool com direção”.

Para Adlung, é possível “beber com estratégia”, com boa hidratação e sem medo de ingerir carboidratos, “essenciais para evitar quedas bruscas de glicose”. A regra de alternar cada dose alcoólica com um copo de água é reiterada, assim como “respeitar os seus limites e reconhecer sinais de alerta como tontura, náusea, confusão e sonolência excessiva”. “O objetivo não é proibir, mas consumir de forma consciente e segura sem estragar a celebração”, diz Adlung.

*DANIELLE CASTRO/folhapress

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