Fechar
O que você procura?
Saúde e Bem-estar
Foto: Ascom/HUAC
Continua depois da publicidade
Continue lendo
Há 05 anos, por ocasião das comemorações dos 70 anos do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em 2020, quando ocupávamos a Superintendência do HUAC-UFCG, tivemos a oportunidade de publicar um artigo (https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-nordeste/huac ufcg/comunicacao/huac-70-anos/mensagem-superintendente/hospital-universitario-alcides-carneiro-2013-70-anos) fazendo referência ao nosso patrono, Dr. Alcides Vieira Carneiro, e apresentando uma breve biografia, na qual inserimos um relicário de frases celebres de sua autoria, expressão das suas qualidades como grande orador. Também registramos diversos momentos históricos do HUAC, a partir da sua fundação, em 1950.
Desde março de 2025, passamos a ocupar, mais uma vez, o posto de Superintendente do HUAC, por deferência do professor Camilo Alysson Simões Farias, Magnífico Reitor ELEITO da UFCG.
A honra de voltar a integrar essa casa se eleva quando somos instados a escrever sobre os seus 75 anos de existência, realçando, particularmente, os últimos 10 anos em que o HUAC-UFCG se encontra sob a administração da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).
É sabido que, ao longo da sua história, o HUAC passou por diversos ciclos ou “viradas de chave” administrativas: em 1977, passa de IPASE para INAMPS; em 1990, passa do INAMPS para a UFPB; em 2002, passa da UFPB para a UFCG; em 2015, passa da UFCG para a EBSERH. Todas essas mudanças tiveram a sua motivação e a sua importância.
A última “virada de chave” decorreu do contrato n° 0046/2015 – UFCG/PRA, que selou o acordo de gestão especial dos hospitais universitários da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) pela EBSERH. Costumamos dizer que, sem essa adesão, o nosso hospital estaria fadado ao fechamento ou se tornar um insignificante prestador de serviço ao SUS.
No HUAC, sob administração exclusiva da UFCG, havia um crescente processo de desligamento de servidores por aposentadorias sem a indispensável reposição, por absoluta inexistência de autorização para realização de concurso. Os quadros de enfermagem, de fisioterapia, do serviço social e da farmácia estavam reduzidíssimos.
Havia especialidades médicas em que não mais possuíamos profissionais. Não tínhamos chefes de equipe! Finalmente, não administrávamos um hospital, mas, sim, um caos! Constantemente, éramos notificados para participar de audiências no Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho e Promotoria da Saúde, para tratar, invariavelmente, de questões relacionadas à falta de medicações, insumos ou profissionais.
A continuidade das atividades assistenciais do HUAC só foi possível com a recomposição parcial da força de trabalho da partir de Ação Civil Pública, proposta pelo Ministério Público Federal, em 2010, que determinou a contratação temporária de profissionais, e com a instituição do Adicional de Plantão Hospitalar por meio do Decreto 7.186, de 27 de maio de 2010.
A criação da EBSERH, com recursos e gestão totalmente estatal, se deu exatamente por conta da crise profunda nos hospitais universitários em todo o país, com destaque para o nosso, cuja crise se intensificava pela falta de pessoal, pela inexistência de instalações adequadas e por falta de equipamentos e controle eficientes. Disso tudo decorrendo uma prestação de serviços aos municípios que não correspondia integralmente aquilo que teria sido contratado por meio do SUS.
A precariedade dos hospitais universitários foi denunciada pela própria população! O governo reconheceu a situação e, fazendo a autocrítica do Estado brasileiro, se propôs a contribuir com as universidades, oferecendo um modelo de gestão compartilhada para os hospitais.
O processo de adesão da UFCG à EBSERH se prolongou por mais de dois anos, em função da reação de estudantes, professores e sindicalistas, que, sob a alegação de que a gestão compartilhada não passava de disfarce para uma “privatização” em curso, dificultaram as tratativas com todo tipo de manifestação, como passeatas, pichações, invasões e até mesmo agressões a quem estava à frente do processo.
Em 2014, no calor das discussões internas sobre a adesão da UFCG à EBSERH, escrevemos um artigo intitulado EM DEFESA DO POVO – A DESPEITO DA EBSERH (https://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?codigo=16005). Nele fizemos a seguinte afirmativa:
Para que o HUAC se amplie e modernize seus serviços é necessário investimentos não apenas financeiros, mas, sobretudo, que haja investimento em recursos humanos, visto que sem a presença de profissionais, em número suficiente, não há como aquele hospital prestar o serviço que a população de fato precisa.
Com a EBSERH, há o compromisso do Governo Federal de imprimir uma gestão moderna (sic), o que implica necessariamente em promover as reformas necessárias, treinar gestores, prover a reposição e ampliação do quadro funcional, modernizar equipamentos, estabelecer metas, racionalizar recursos, qualificar o aprendizado, entre outras medidas.
Sem a EBSERH, esperamos, com toda honestidade, que alguém diga e apresente, claramente, à população para a qual o HUAC deve prestar atendimento com qualidade, qual o modelo de gestão que deverá ser adotado para a manutenção, ampliação e melhoria dos seus serviços, pois, como demonstrado, além de haver um significativo distanciamento entre os recursos aplicados e a contrapartida de serviços produzidos, há ainda graves problemas de funcionamento que reclamam soluções que superam, em muito, o limite resolutivo dos gestores da UFCG e do HUAC.
Em outro artigo, intitulado FALANDO A VERDADE, também em 2014, escrevemos:
Esse breve relato revela a nossa incapacidade administrativa e política para gerir uma instituição de extrema complexidade, como é um hospital, cuja direção requer bem mais do que boa vontade e otimismo. Precisamos de equipes qualificadas, de assessoria jurídica, de líderes bem remunerados; precisamos do estabelecimento de metas que não desprezem a racionalização dos recursos; precisamos de agilidade na condução dos problemas que podem colocar em risco a vida humana; e precisamos, sobretudo, de recursos humanos qualificados e em quantidade suficiente para podermos oferecer o atendimento à saúde com qualidade.
Enquanto não aderirmos à EBSERH, única forma que foi oferecida para solucionarmos os problemas pelos quais vêm passando os hospitais universitários, estaremos, todos nós que – de uma forma ou de outra – somos responsáveis pela condução desta adesão, cometendo ou sendo coniventes com um crime contra o povo, contra a vida, em nome de ideologias, de defesa de classes, de oposição a este ou aquele gestor, apenas por nos recusarmos a experimentar, na casa dos ensaios e dos testes – a Universidade – um novo modelo de administração para os nossos hospitais.
Finalmente, em 09 de dezembro de 2015, consumou-se a adesão da UFCG à EBSERH!
Em maio de 2016, o então Reitor da UFCG, Prof. José Edilson de Amorim, nos indicou como Superintendente do HUAC. Iniciávamos, aí, todo um trabalho de restruturação organizacional e operacional da nossa unidade, orientado pela Sede da EBSERH, começando por oficinas de identificação de macroproblemas e oficinas de identificação de forças, fraquezas, oportunidades e ameaças identificadas no HUAC, para, subsequentemente, procedermos à elaboração de estratégias de enfrentamento, expressas em um Plano Diretor Estratégico.
O referido Plano Diretor Estratégico foi desenvolvido utilizando-se a metodologia do Planejamento Estratégico em Saúde, com a definição e priorização dos problemas; com a seleção de “nós críticos” a serem enfrentados; com a elaboração de um plano de ação; e, finalmente, com a análise de sua viabilidade.
Paralelamente, ações relativas ao dimensionamento de pessoal e sistematização da produção assistencial eram discutidas entre as equipes internas e as equipes da Sede da EBSERH, o que resultou nas ações precursoras dos concursos públicos a serem realizados.
Apenas em 2018 é que o HUAC passa, efetivamente, a ter plena inserção na EBSERH, com a chegada de novos colaboradores e a participação no plano de investimentos da empresa.
O reforço no quadro de recursos humanos, a aquisição de novos equipamentos e a elevação na capacidade resolutiva passaram a gerar confiança da população nos novos tempos vividos pelo HUAC, o que impeliu o gestor local do SUS a propor uma nova contratualização, que foi efetivamente formalizada em 2020, com a ampliação da oferta e incluindo novos serviços, cabendo aqui um importante registro: a única e última contratualização do HUAC com o Gestor Municipal de Saúde datava de 2006!
Entre 2020 e 2022, a humanidade foi confrontada com a pandemia da COVID-19 e, nesse intervalo, registramos a participação HERÓICA dos nossos colaboradores, a quem muitas famílias devem o retorno dos seus entes queridos para suas casas, depois de receber carinho, atenção, respeito e cuidado. Chegamos, inclusive, a receber pacientes do Estado do Amazonas, amplamente registrado nos meios de comunicação:
“O Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), que fica em Campina Grande, no Agreste paraibano, vai oferecer 10 leitos de enfermaria destinados ao tratamento contra a Covid-19 para pacientes vindos do Amazonas, na Região Norte do País. Segundo informou ao ClickPB, o superintendente Homero Gustavo Rodrigues, há uma convocação dos hospitais universitários para ajudar a população amazonense. O HUAC tem ao todo 16 leitos para tratamento da Covid-19, sendo de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de enfermaria. Apenas os de enfermaria, 10, serão destinados aos pacientes. “No entanto, é inviável oferecer leitos de UTI de vez que um paciente instável não suportaria uma viagem tão longa”, disse o superintendente. Ainda segundo Homero Gustavo Rodrigues, a ação faz parte de um ‘esforço da Rede EBSERH no sentido de ajudar a minimizar a crise por que passa o Estado do Amazonas’. Caso seja necessário o uso dos leitos, o superintendente informou que serão convocados ‘mais profissionais do nosso cadastro de reserva para complementar as escalas de trabalho’. A crise sanitária na capital do Estado, Manaus, está formando uma corrente de solidariedade entre os brasileiros. ‘É uma ação humanitária de ajuda aos irmãos amazonenses que passam por um grave momento na saúde pública’, frisou”.
Da situação de profunda escassez de pessoal e de insumos, no período anterior, à adesão a EBSERH, passamos, durante o período pandêmico, a ser referência assistencial e até a conceder empréstimos de insumos e equipamentos para vários hospitais da cidade e da Paraíba, num esforço conjunto para superar a crise sanitária instalada em nossa região.
Poderíamos discorrer muito mais sobre os avanços e apresentar números surpreendentes, cotejando o antes o depois da EBSERH, relativos ao quadro e qualificação de colaboradores, à produção ambulatorial, aos procedimentos cirúrgicos, às internações, aos exames de patologia clínica e à anatomia patológica, aos exames de imagens, aos projetos de pesquisa e à extensão, à renovação do parque tecnológico, entre outros indicadores, mas, preferimos apresentar alguns depoimentos de cidadãos anônimos, usuários do Sistema Único de Saúde, que cotidianamente registram em nossa ouvidoria a sua satisfação com atendimento recebido:
“Eu sou paciente daqui e amo todas as pessoas dessa unidade. Me sinto tão acolhida. Pra mim é minha segunda família. Amo todos os profissionais, acho todos muito competentes e atenciosos com todos nós. E quero agradecer a cada um por cuidar tão bem de mim aqui. É só amor, cuidado e atenção a todos os pacientes. Muito obrigada por tudo!”
“Meu nome é C., acompanhei minha esposa em um procedimento no dia 25/10/2025, quero expressar minha gratidão. Cheguei às 05:30 da manhã, desde então fui muito bem atendido e tratado. A limpeza também estava ótima e a equipe de enfermagem maravilhosa. Fiquei muito feliz e quero deixar registrado o meu muito obrigado.” (C.)
“O demandante compareceu a ouvidoria para elogiar os serviços do hospital, desde a equipe de cirurgia, até o pessoal da higienização. “Todo o hospital está muito bom, limpo e com excelente atendimento.” (M.C.R.)
“Graças a Deus e ao hospital HUAC tive o melhor atendimento que o ser humano pode ter. Desde a recepção, maqueiros, meninas da limpeza, enfermeiras e médicos. Que Deus os abençoe infinitamente. Vocês todos estão de parabéns. Muito obrigada!” (A.C.)
“Amo todos os serviços prestados por esta instituição. Sou grata por cada atendimento! Digo que aqui é melhor que plano de saúde.” (E.S.M.)
“Venho todos os anos participar deste programa aqui na Unidade da Mulher, e sou grata a equipe em geral, desde o porteiro, recepção, até os médicos. É tudo tão humanizado, não tenho adjetivo melhor. Sou grata a Deus primeiramente e ao HU de Campina Grande – PB. Campina Grande é privilegiada em ter esta entidade para nós mulheres podermos fazer esta prevenção do câncer de mama. Obrigada equipe da Unidade de Saúde da Mulher. Deus esteja sempre guiando cada um de vocês, e que mantenha esta casa!” (J.M.M.)
“Amo todos os serviços prestados por esta instituição. Sou grata por cada atendimento! Digo que aqui é melhor que plano de saúde.” (E.S.M.)
“Hoje, dia 04 de novembro de 2025, faz três meses e quatro dias que estou aqui no HUAC. Apesar de tudo que estou passando por aqui, estou muito feliz pelo atendimento que é de ótima qualidade. Eu sinto que todos são minha família. Eu amo todos de coração, nunca vou esquecer deles. Vão fazer parte de minha vida para sempre. Das copeiras, à enfermagem, ao pessoal da limpeza, aos médicos e médicas, todos que me acompanharam nessa jornada. Obrigada por tudo!” (J.)
O compromisso humanístico, os avanços técnicos e tecnológicos alcançados pelo HUAC-UFCG decorrem, inquestionavelmente, do empenho e abnegação dos atuais funcionários e de centenas de outros que por ali passaram ao longo desses 75 anos. É impossível nominar todos, mas, cada sorriso ou euforia pelo sucesso de um tratamento ou mesmo o andar cabisbaixo ou a lágrima indisfarçável pela despedida daqueles por quem se dedicou esforço, conhecimento, carinho e atenção, exigem de todos nós o aplauso, a reverência e o reconhecimento pelo exemplo de comprometimento com a saúde e bem-estar de cada paciente. Todos entregaram parte das suas vidas ao cuidado e ao alívio do dor. Do mais simples colaborador ao mais graduado, todos foram e são importantes. Em cada sala, em cada corredor do HUAC-UFCG, suas vidas e seus legados serão sempre lembrados.
Prof. Dr. Homero Gustavo C. Rodrigues*
*Superintendente do Hospital Universitário Alcides Carneiro
© 2003 - 2025 - ParaibaOnline - Rainha Publicidade e Propaganda Ltda - Todos os direitos reservados.