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Foto: ParaibaOnline/Arquivo
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A psicóloga Josiplessis Marques destacou, em entrevista à Rádio Caturité FM, a importância da gentileza como um valor essencial para a convivência social. Segundo ela, o ato de ser gentil vai muito além de boas maneiras: trata-se de reconhecer o outro como igual — e, em algumas situações, até colocá-lo acima de nós mesmos.
“Gentileza tem a ver com nobreza de caráter. É preocupar-se com a necessidade do outro. Ser gentil é muito mais do que uma etiqueta social: é uma decisão de consideração, lealdade e cuidado. A ética do cuidado é uma ética da gentileza”, afirmou.
Cultura do “corre” e egoísmo dificultam a prática da gentileza
Josiplessis ressaltou que vivemos um momento marcado por uma rotina acelerada, que contribui diretamente para o enfraquecimento da sensibilidade e da empatia.
“Estamos tão ocupados que deixamos de olhar nos olhos, de guardar o celular para dar um bom dia, de iniciar um diálogo. Às vezes nem percebemos quem precisa de ajuda, como um idoso atravessando a rua ou uma mãe com criança no colo. A cultura do corre e do superatarefamento está nos tornando insensíveis”, disse.
Ela também destacou o trânsito como um dos espaços onde essa falta de gentileza se evidencia de forma mais agressiva. “A impaciência e a intolerância tomaram conta. As pessoas xingam, se tratam mal, querem se dar bem a qualquer custo. É o ‘primeiro eu, segundo eu, terceiro eu’. Tudo isso decorre do egoísmo”, observou.
O papel da família no cultivo da gentileza
Outro ponto importante trazido por Josiplessis diz respeito ao papel das famílias no ensino e no exemplo diário da gentileza. Para ela, há um distanciamento crescente das práticas de respeito que antes eram comuns.
Ela citou a chamada “geração pé e cabeça”, para ilustrar como, em tempos passados, havia uma hierarquia e um entendimento sobre lugar e respeito dentro de casa. “Antigamente, os pais sentavam nos melhores lugares da mesa e comiam os melhores pedaços. Hoje, em muitas famílias, para os pais só sobram o pé e a cabeça. Isso mostra uma inversão de valores e uma quebra da hierarquia familiar”, destacou.
Falta de gentileza se espalha por diferentes ambientes
Josiplessis ressaltou ainda que a falta de gentileza não se limita ao ambiente doméstico. “Ela acontece também na escola, no trânsito, entre amigos, e até no jeito com que as pessoas se dirigem umas às outras hoje em dia”, alertou.
Para ela, o resgate da gentileza é urgente e começa nos pequenos gestos. “A gentileza transforma relações, reduz conflitos e nos torna mais humanos. É preciso reaprender a praticá-la.”
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