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A psicóloga Josiplessis Marques, em entrevista à Caturité FM , abordou um tema que afeta muitas pessoas na era digital: a Síndrome do Objeto Brilhante . O termo, ainda pouco conhecido, se refere a um comportamento caracterizado pela busca incessante por novidades e conhecimento em diversas áreas, mas sem aprofundamento, o que pode gerar impactos negativos na saúde mental.
“É uma síndrome que nos remete ao desejo de entender de tudo, muito comum nos nativos digitais. São pessoas que analisam tanto que acabam paralisando, não fazem tanto quanto analisam. Isso cansa, gera desgaste e é muito comum entre aqueles que se interessam constantemente por algo novo, mas têm dificuldade de concluir projetos. Assim que encontram um novo nicho, logo perdem o interesse e partem para outro, gerando um ciclo que pode levar à ansiedade e até à depressão”, explicou Josiplessis.
A psicóloga destacou que esse comportamento, impulsionado pelo perfeccionismo e pela comparação, muitas vezes faz com que as pessoas sintam a necessidade de estar à altura dos outros, buscando ser “perfeitas” em tudo.
“É como se a pessoa pensasse: ‘Eu tenho que saber isso, entender isso, estar sempre atualizado’. Essa pressão constante sobrecarregar o cérebro com tanta informação que não há tempo de transformar isso em conhecimento prático. O resultado é a indecisão, a angústia e até o esgotamento mental.”
Josiplessis ainda apontou um fator cultural que acentua o problema: “No Brasil, pensamos isso chamar de ‘síndrome da grama do vizinho’, porque a pessoa está sempre comparando e buscando algo que parece mais verde, mais interessante, mais inovador.”
A busca desenfreada por novidades, muitas vezes mediada por dispositivos eletrônicos e canais de informação, é outro ponto de alerta.
“Essas pessoas estão constantemente em busca do que é novo, assistindo a vídeos, lendo artigos, explorando tecnologias como o ChatGPT, mas sem se aprofundar. Isso as mantém em um ciclo que parece produtivo, mas é extremamente desgastante emocionalmente.”
Ela finalizou ressaltando que esse comportamento pode ser comum em pessoas com temperamentos melancólicos ou fleumáticos, que têm uma tendência maior a se cobrar.
“Eles não gostam do que é popular, preferem se antecipar ao que ninguém conhece, o que aumenta ainda mais a sensação de isolamento e cobrança pessoal.”
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