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O Hospital do Servidor General Edson Ramalho (HSGER), pertencente à rede hospitalar do Governo da Paraíba, começou a oferecer, a partir deste mês de agosto, um procedimento inédito na Paraíba para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com necessidade de desobstrução da via natural de saída da bile. Trata-se da Drenagem Biliar Percutânea Transhepática (DBPTH), um procedimento minimamente invasivo para descomprimir os dutos biliares, levando mais qualidade de vida para pacientes em tratamento oncológico.
De acordo com o médico Marcos Barbosa, cirurgião vascular e radiointervencionista da unidade administrada pela Fundação PB Saúde, o DBPTH é uma alternativa segura e eficaz para o tratamento de obstruções, podendo ser usada para descomprimir os dutos biliares, caso estejam bloqueados por uma lesão.
“A bile é produzida pelo fígado e, através desses canais biliares, ela vai para o intestino ou para a vesícula biliar de forma natural. Quando se tem alguma obstrução desse trajeto, e em geral essa obstrução pode ser causada por um tumor, um cálculo ou uma cirurgia, esse líquido fica acumulado no fígado. Isso gera icterícia, o paciente fica com a pele amarelada, pode ter coceira, dor e às vezes até infecção por conta disso. Então a gente vai ter que fazer essa drenagem, puncionar esse fígado”, explicou o especialista.
Ainda conforme o radiointervencionista, a realização da Drenagem Biliar Percutânea Transhepática requer materiais especiais. E é exatamente esse tipo de aparato que, a partir de agora, o HSGER está oferecendo aos usuários do SUS.
“Essa punção é feita com uma agulha especial, guiada por um ultrassom e imagens de radioscopia, que é o raio-X no arco cirúrgico ou, em casos mais complexos, numa hemodinâmica. Agora o paciente do SUS, que não tem acesso em nenhum outro hospital de forma organizada para fazer esse procedimento, vai conseguir fazer aqui a maioria dos procedimentos de drenagem biliar ou drenagem também de abscesso na unidade”, pontuou Marcos Barbosa.
Avanço nos serviços
Um dos casos em acompanhamento no Hospital Edson Ramalho é o da paciente Maria José da Silva Brito, que está tratando um colangiocarcinoma intra-hepático.
Segundo o cirurgião oncológico Rammon Chaves, que também é diretor Técnico do HSGER, a paciente chegou à unidade hospitalar apresentando icterícia, condição não recomendada para realização da biópsia. Por conta disso, Dona Maria foi submetida a uma Drenagem Biliar Percutânea Transhepática antes de prosseguir o tratamento.
“É um avanço muito significativo realizar esse tipo de procedimento de forma sistemática pelo SUS. Anteriormente não era possível, mas hoje o Edson Ramalho possui, além dos especialistas em seus quadros, os materiais especiais necessários para a realização do DBPT. A paciente não poderia estar ictérica para realização da biópsia. Então foi muito importante essa etapa da inserção do dreno para, agora, ela prosseguir o tratamento”, destacou Rammon Chaves.
Paraíba Contra o Câncer
O Programa foi criado pelo Governo do Estado para acolher e dar celeridade ao tratamento de pacientes oncológicos. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 40 milhões ao ano, incluindo custeio, expansão dos serviços nos hospitais da rede estadual, cirurgias, diagnóstico e quimioterapia.
O acesso é por meio da Central Estadual de Regulação, que estabelece uma fila única no programa. As equipes especializadas são compostas por oncologistas clínicos e enfermeiros navegadores, responsáveis por coordenar o acesso do usuário à realização de procedimentos de diagnóstico, estadiamento e tratamento, com o uso da Teleoncologia, já em funcionamento desde maio em todas as macrorregiões de Saúde.
Dentro do Programa Paraíba Contra o Câncer, além da Drenagem Biliar Percutânea Transhepática, já foram realizadas no Hospital Edson Ramalho as seguintes cirurgias: linfadenectomia cervical, linfadenectomia retroperitonial, laparotomia para avaliação de tumor de ovário (duas), colectomia total em oncologia, colectomia parcial em oncologia, ressecção de tumor de partes moles, prostatovesiculectomia radical em oncologia, ressecção retroperitonial em oncologia e retossigmoidectomia abdominal em oncologia.
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