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O câncer colorretal tem atingido cada vez mais adultos jovens e crescido em número de casos nos últimos anos. Estimativas do Inca (Instituto Nacional do Câncer) apontam que entre 2023 e 2025 devem ser registrados 45.630 novos casos desse tipo de tumor no Brasil. E dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do DataSUS, referentes a 2020, indicam 20.245 óbitos devido ao câncer de cólon, reto e ânus.
O câncer colorretal está entre os três mais incidentes no Brasil, atrás apenas dos cânceres de pele do tipo não-melanoma, do câncer de próstata nos homens e do câncer de mama nas mulheres.
Dados da American Cancer Society (ACS) mostram que 13% dos pacientes com a neoplasia possuem menos de 50 anos, representando um aumento de 9% desde 2020.
Atualmente tumores no intestino podem ser investigados pelo exame de sangue oculto nas fezes e pela colonoscopia.
O teste de sangue oculto nas fezes, no entanto, não consegue detectar os pólipos, ou seja, ele permite detectar o câncer em estágio inicial, mas não prevenir o surgimento do tumor. E caso o resultado do teste sanguíneo aponte alguma alteração, é preciso realizar uma colonoscopia.
Já exames para detectar riscos médios e graves, cita Berenhauser, precisam ser levados com cautela. Apesar do fator genético ser importante, os testes não são infalíveis, lidam apenas com probabilidades.
“Não é porque uma pessoa não tem apontado em testes genéticos uma predisposição para câncer colorretal que ela nunca vai ter. Assim como uma pessoa com chances de desenvolver não necessariamente terá a doença”.
Os especialistas ouvidos pela reportagem indicam que a colonoscopia é hoje o padrão outro (considerado como referência) para o diagnóstico do câncer colorretal.
Isso porque, além de diagnóstico, o exame pode tratar o câncer inicial. Na maioria das vezes, o início da doença se apresenta como um pólipo (pequena lesão que surge no intestino) e que, no momento da colonoscopia, pode ser retirado.
Um dos grandes fatores de sucesso na prevenção é detectar o pólipo ainda pequeno, diz o diretor de comunicação da SBCP (Sociedade Brasileira de Coloproctologia), Hélio Antônio Silva.
“Os testes com exames de sangue não conseguem até o momento detectar adenomas e pólipos, ou seja, não tem fator de prevenção”, explica o diretor.
Conforme os médicos, uma colonoscopia é capaz de detectar:
Pólipos: formações benignas que podem ser removidas durante o procedimento;
Câncer colorretal: tumores e realizar a biópsia do intestino;
Doenças inflamatórias intestinais: queixas do intestino podem ser observadas no exame, como doença de Crohn e retocolite ulcerativa;
Infecções bacterianas: a colonoscopia também pode auxiliar no diagnóstico de infecções por bactérias.
QUANDO FAZER O EXAME?
Os médicos asseguram que o câncer colorretal pode envolver predisposição genética ou certas síndromes hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (PAF) ou síndrome de Lynch (câncer colorretal hereditário sem polipose), mas que outros fatores como o estilo de vida podem influenciar.
O risco de câncer colorretal também aumenta com a idade, com a maioria dos casos ocorrendo em indivíduos com mais de 50 anos. Indivíduos com história pessoal de pólipos do intestino ou doenças inflamatórias intestinais correm maior risco, esclarece Sergio Eduardo Alonso Araújo, membro titular e presidente da SBCP.
A recomendação da SBCP é que pessoas sem histórico da doença na família façam exames preventivos a partir dos 50 anos. Quando há parentes próximos com câncer colorretal, a investigação deve ser iniciada antes.
“A incidência mais precoce tem feito muitas vezes essa idade baixar, para 45 anos ou antes”, explica Berenhauser.
Quando o resultado é normal e não há presença de pólipos mais perigosos, a colonoscopia pode ser repetida de cinco a 10 anos. Se existem pólipos, o acompanhamento pode ocorrer a cada um ou dois anos.
Entre fatores de prevenção, além de exames preventivos, estão:
Consumo de fibras;
Alimentação moderada;
Controle do peso;
Moderação no consumo de gordura animal, especialmente carnes vermelhas e processadas;
Prática de exercícios regulares;
Atenção a doenças inflamatórias intestinais.
Os principais sintomas e que devem levantar alerta são sangue nas fezes, perda de peso, anemia e diarreia e constipação frequentes.
Não existe um tratamento único para a doença, sendo feito com uma equipe multidisciplinar, que pode envolver radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e cirurgia.
“Nós temos que ver que cada caso é diferente do outro e qual é a melhor estratégia para aquele paciente”, diz Guilherme Berenhauser.
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