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A festa junina é um dos eventos mais populares do Brasil, colorindo as ruas e casas com alegria, música e tradição.
Entre os elementos que encantam nesse período, as quadrilhas juninas se destacam pela beleza dos trajes, coreografias elaboradas e a contagiante energia dos dançarinos.
Mas, além da alegria que envolve cada pessoa que está ali prestigiando, as quadrilhas também servem como espaços de expressão cultural e social, abrindo suas portas para a diversidade e representatividade.
Kethillyn Alves, rainha da diversidade da quadrilha Arraiá do Paris, relata que para meninas trans e gays, que sentem vontade de dançar caracterizados de meninas é muito importante receber o título, que compõe uma das categorias do Concurso Estrelas Juninas de Campina Grande.
“É uma libertação pra gente que é gay, para quem tem aquela vontade de dançar, que é a primeira vez que se monta, é incrível, maravilhoso”, completa Kethillyn.
Com este relato podemos perceber que a quadrilha se tornou uma forma de liberdade e reconhecimento para meninas trans e gays que desejam expressar sua identidade através da dança. O título não é só mais um título, é também uma forma de visibilidade e aceitação, que permite às pessoas que estão se montando pela primeira vez poder celebrar sua autenticidade de maneira genuína.
Laryssa Rachelly, rainha da diversidade da quadrilha Moleka 100 Vergonha, detalha que sua história na quadrilha começou dançando de cavalheiro e não de dama, e que desde 2020 segue dançando como dama passista até hoje:
“Laryssa, pra mim é uma artista que não tem limite, se disser a mim que você vai dançar de cabeça pra baixo, eu não sei como vou fazer, mas eu corro e busco um jeito. A quadrilha pra mim é tudo, é vida, paixão, minha casa, minha segunda mãe, é uma família”.
O “Maior São João do Mundo”, se destaca não apenas pela grandiosidade da festa, mas também pela acolhida e visibilidade cada vez maior da comunidade LGBTQIAP+.
A presença da comunidade contribui para a quebra de barreiras e o combate ao preconceito, promovendo o respeito à diversidade e a inclusão.
Através desta visibilidade e da representatividade por meio da dança, da música e da alegria contagiante do forró, a comunidade encontra a oportunidade de se afirmar e se reconhecer em sua diversidade.
Tuane Araújo, rainha da diversidade da quadrilha Rojão do Forró, conta que “antes de fazer parte da quadrilha eu sofria com ansiedade, e quando entrei para o grupo eu fui acolhida, entendida, e atualmente minha ansiedade está moderada. Hoje, continuo sendo acolhida pelo grupo e me sinto bem”.
As “rainhas da diversidade” ou “rainhas G” nasceram como um reflexo das mudanças sociais e das intensas conversas sobre representatividade, tornando-se figuras importantes na luta por igualdade.
Assim, a presença da comunidade LGBTQIAP+ nas quadrilhas juninas têm um forte impacto na cultura e na sociedade.
Sua participação contribui para a quebra de estereótipos e a promoção de uma cultura de paz e respeito.
Além disso, ao visibilizar suas histórias e lutas, a comunidade LGBTQIAP+ ajuda a construir uma sociedade mais justa, igualitária e equitativa.
As quadrilhas juninas são, portanto, muito mais do que um simples entretenimento. Elas são um reflexo da diversidade e da riqueza cultural do Brasil, em que cada passo de dança e cada bandeirinha colorida carregam consigo a força e a beleza da inclusão.
*com informações do Repórter Junino
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