São João

Gastronomia d’O Maior São João do Mundo: diversidade culinária é uma atração à parte no Parque do Povo

Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2024 às 10:32

Foto: Carol Bezerra

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Não há como falar de festa junina sem mencionar a saborosa e diversificada culinária nordestina, que é de dar água na boca. Isso é especialmente evidente nas festividades d’O Maior São João do Mundo, representando uma atração turística à parte. É o que se vê, por exemplo, no imenso arraial do Parque do Povo, que durante esse período do ano se transforma em uma grande vila gastronômica, oferecendo aos visitantes uma diversidade de sabores e delícias nordestinas.

Durante a festa de São João, o local fica tomado de diversas barracas, quiosques e réplicas de restaurantes espalhados por toda à área e especialmente na parte superior, espaço reservado para os turistas e forrozeiros se deleitarem do variado e atrativo cardápio nordestino. Além disso, há concursos e competições culinárias que destacam as habilidades e a criatividade dos cozinheiros locais.

A variedade vai de pratos bastante conhecidos, como canjica e bolo de milho, até receitas típicas da região, como a famosa carne de sol com macaxeira e o já conhecido arrumadinho. É um verdadeiro festival cultural gastronômico que eleva a culinária e a cultura nordestina.

O aroma irresistível de comidas típicas, como canjica, pamonha, bolo de milho, mungunzá, pé de moleque e maçã do amor, invade o ar e aguça o paladar dos visitantes. Cada prato é um convite para uma viagem sensorial, revelando a riqueza de sabores e a criatividade da culinária local.

A diversidade etnográfica culinária

A variedade de comidas das festas juninas é um reflexo vibrante da cultura nordestina e a relação desta com o multiculturalismo que representa tão bem o povo brasileiro como um todo. Um passeio pelo Parque do Povo leva o visitante a uma ampla variedade de pratos e bebidas que celebram as tradições e os sabores regionais do Nordeste brasileiro.

As comidas de festa junina têm origem nos hábitos alimentares dos diversos povos que formaram a população brasileira: indígenas, europeus (principalmente portugueses), africanos, árabes e asiáticos. Os hábitos alimentares de diversos povos se fundiram e deram origem aos pratos típicos consumidos nas festas juninas.

O uso do milho e da mandioca, por exemplo, tem raízes indígenas, já as bebidas como o quentão e o vinho quente mostram a influência dos colonizadores europeus. Já a presença de temperos como o gengibre e a canela remete à influência africana na culinária brasileira.

A riqueza da diversidade culinária nordestina

As comidas típicas, regionais e as iguarias gastronômicas formam um mosaico de sabores que reflete a rica diversidade cultural e histórica da região, presentes na festa junina de Campina Grande, referência em todo o Brasil. Essa diversidade, aliás, guarda distinções entre si.

As comidas típicas são aquelas tradicionalmente associadas às festas juninas e outros eventos culturais específicos. São os pratos amplamente consumidos durante as festividades, conhecidos pela sua simplicidade e sabor caseiro. Vamos a alguns deles:

Pamonha: feita de milho verde ralado, pode ser doce ou salgada.
Canjica (Mugunzá): Doce cremoso de milho branco, leite de coco e açúcar.
Bolo de Milho: Bolo úmido feito com milho verde.
Milho Cozido: Simples e servido com manteiga e sal.
Quentão: Bebida quente com cachaça, gengibre, açúcar e especiarias.
Carne de Sol com Macaxeira: Carne seca servida com mandioca.
Baião de Dois: Mistura de arroz, feijão verde, queijo coalho e carne seca.
Tapioca: Feita de goma de mandioca, recheada com coco, queijo ou carne.
Sarapatel: Prato de miúdos de porco cozidos com sangue e temperos.
Maçã do amor: Maçã coberta pela calda feita de açúcar caramelizado e podendo ser decorada com amendoim, granulados e chocolate.

As comidas regionais, por sua vez, englobam pratos típicos do nordeste brasileiro, os quais têm forte presença nas festividades juninas de Campina Grande. Elas são consumidas o ano todo e refletem a diversidade dos ingredientes e técnicas culinárias da região.

Já as iguarias são pratos mais sofisticados ou elaborados, muitas vezes considerados especiais ou exóticos, que podem ser encontrados em restaurantes ou em eventos específicos. Essas são menos comuns que as comidas típicas e regionais e muitas vezes destacam a criatividade culinária local, a exemplo de:
Escondidinho de Carne de Sol: feito com purê de macaxeira com carne de sol desfiada, coberto com queijo e gratinado.

Arrumadinho: leva feijão verde, carne de sol, vinagrete e farinha de mandioca, dispostos em camadas;
Moqueca de Peixe: feito à base de peixe cozido em leite de coco com pimentões, tomates e coentro.
Hambúrguer Artesanal: sanduíche feito com carne ou a mistura delas, e um tempero que leva, basicamente, sal e pimenta, para que se possa sentir bem o sabor da carne. O toque especial fica por conta dos molhos e acompanhamentos que serão servidos.

Foto: Carol Bezerra

Outra iguaria bastante apreciada nas festas do Nordeste é a pipoca. No São João de Campina Grande, além da tradicional pipoca feita somente com milho, óleo e manteiga, a novidade fica por conta da versão gourmet, vendida em três sabores: leite em pó, chocolate e caramelizada (sabor de infância colorida). Esse é o carro-chefe do ambulante Carlos Alexandre, que é pipoqueiro há sete anos no Parque do Povo.

Ele comentou que, no começo, vendia bebidas em frente ao palco, mas havia muita violência. Foi então que “pediu a Deus uma direção para vender a um público diferente e então viu uma família passando com seus filhos comendo pipoca. Daí, deu um vento ao contrário e trouxe a pipoca para minha frente”, relatou o pipoqueiro, acrescentando que aquilo teria sido uma resposta de Deus para sua vida.

Mas nem só de comidas tipicamente nordestinas é feita a imensa vila gastronômica do Parque do Povo. A gastronomia de Campina Grande engloba influências contemporâneas e até internacionais.

A cidade tem uma cena gastronômica vibrante, com restaurantes que servem desde pratos tradicionais até culinária gourmet e fusões criativas. Cada uma dessas categorias contribui para a rica tapeçaria culinária que toma conta do local, oferecendo uma ampla gama de sabores e experiências para moradores e visitantes.

O Temaki, por exemplo, uma refeição rápida feita à base de arroz e folhas de algas com variados tipos de recheios e cuja origem é japonesa, também é facilmente encontrado nos cardápios da vila gastronômica no QG do forró e em toda a cidade.

Uma clara demonstração da tendência cosmopolita de uma cidade turística que para além da variedade de ritmos e danças, sabe receber a diversidade de visitantes, oferecendo um rico, delicioso e cultural banquete junino!

Reportagem: Karla Nóbrega/Simone Ferreira
Produção: Karla Nóbrega
Fotografia: Carol Bezerra
Parceria: PMCG/UEPB/UFCG

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