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Política
Foto: Leonardo Silva/ParaibaOnline
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*Vídeo: ParaibaOnline
O deputado estadual Hervázio Bezerra falou abertamente sobre a crise interna provocada pela destituição de seu filho, o vice-prefeito de João Pessoa, Léo Bezerra, do comando municipal do PSB. Em entrevista concedida à imprensa, Hervázio explicou o que mudou entre suas primeiras declarações — mais duras — e o tom mais ponderado que adotou posteriormente.
Segundo o parlamentar, embora tenha sido dito que ele teria sofrido um “grande golpe”, essa não foi exatamente sua expressão.
“Primeiro, não cheguei ali, é bem na verdade dizer que sofri um grande golpe, mas nós fomos surpreendidos — quando eu falo nós, sou eu, Léo e Dom — pela forma como o Léo foi destituído da presidência do partido PSB”, afirmou.
Ele relatou que estava presidindo uma sessão quando recebeu a notícia e, imediatamente, procurou o filho para compreender o ocorrido.
“Eu seria imponente se dissesse que não fui surpreendido. Eu presidi uma sessão aqui e saí da carreira para conversar com o Léo, e ali a opinião tomou conhecimento.”
Hervázio também comentou que a primeira entrevista que deu sobre o assunto foi editada, o que passou uma impressão mais contundente.
“Na entrevista que eu concedi, que foi editada, eu chegava a dizer que, por mim, eu sentia que não tinha mais clima de continuar no PSB. Mas eu não poderia tomar uma decisão de forma isolada. Eu tenho um irmão detentor de mandato, tenho um filho detentor de mandato.”
O deputado afirmou que colocou sua posição na mesa, mas foi aconselhado por familiares a agir com calma.
“Eles me pediram para ponderar, para aguardar mais um pouco. E na vida nós temos que agir não no calor da emoção, mas com serenidade, com equilíbrio, para que você não cometa erro, injustiça ou equívoco.”
Hervázio adiantou que, em breve, irá se pronunciar oficialmente na tribuna da Assembleia.
“Daqui a pouco eu vou ocupar a tribuna e dizer o que eu penso, o que eu sinto. Bem rapidinho, deve estar só um instante.”
Reação de Léo Bezerra
Sobre a fala do governador João Azevêdo, que afirmou que a conversa com o vice-prefeito teria sido “amena”, Hervázio discordou.
“Essa é a reação do governador. Eu não posso falar pelo governador. Eu falo pelo sentimento do meu filho. Realmente ele ficou chocado, ficou perplexo pela relação que ele construiu ao longo de anos — de reciprocidade, sinceridade, cumplicidade — e da importância que ele teve na interação entre governo do Estado e prefeitura da capital.”
O parlamentar ressaltou que a parceria entre governo e prefeitura gerou avanços importantes, mas a ruptura o deixou sem respostas.
“Na verdade, ela foi quebrada, foi dissolvida como um passe de mágica. É impossível não dizer e não reconhecer que nós fomos surpreendidos.”
Futuro político e mágoas
Questionado se haveria possibilidade de recomposição, Hervázio foi sincero:
“Vaso quebrado não cola, isso jamais? Apenas vinha e colava isso, mas hoje eu estou perdendo meu otimismo.”
Ele afirmou que sempre foi um político de cautela e que não pretende tomar decisões precipitadas.
“Pelo menos para mim, é complicado. Eu sempre disse que meu carro é ruim de engatar a marcha ré. Mas a gente tem que agir com serenidade. Eu não vou me precipitar — nunca me precipitei. E não seria agora que eu faria.”
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