Possível candidatura de Cícero Lucena em 2026 gera reações em lideranças políticas

As declarações recentes do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (Progressistas), sobre o assédio de partidos, especialmente legendas de oposição, como o PSDB, repercutiram entre figuras dos dois campos políticos no estado.

O ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSD), um dos nomes cotados para encabeçar uma chapa oposicionista em 2026, comentou a declaração feita por Cícero, defendendo a construção coletiva dentro do bloco e destacando que já há nomes em discussão.

“Eu busco ser sempre parte de um todo. Eu gosto de sentar sempre com quem está nesse bloco de oposição e entender qual é o pensamento, a posição, seja quem for. A gente tem que reunir todo mundo para poder tomar uma decisão coletiva, e é esse o nosso maior esforço hoje. A oposição já tem nomes e mais de um. Se fala no nome do senador Efraim Filho, no meu nome, que está à disposição, tem o nome do deputado Romero Rodrigues, que também é uma opção. Já existem nomes, mas nada impede que se possa ter um debate com alguém que possa passar a integrar o campo das oposições. A gente, que estamos aqui há bastante tempo, não vamos ficar escolhendo nome para a disputa no governo no campo das oposições com base num exercício de adivinhação de que alguém vai romper. Primeiro, tem que vir integrar o nosso bloco para depois ter essa discussão, que pode sim acontecer, porque é natural que na política haja sempre espaço para essas construções”, afirmou.

O deputado estadual licenciado Fábio Ramalho (PSDB) ressaltou que a oposição está unida e que o histórico de Cícero com o PSDB poderia facilitar um eventual retorno à legenda, mas deixou claro que a prioridade é o fortalecimento do projeto oposicionista.

“O PSDB foi a casa de Cícero, de Cássio, de Ronaldo. Cícero foi senador pelo partido. Então, não tem nenhuma restrição, pelo contrário. O que nós temos apenas que colocarmos é que nós temos um projeto muito forte da oposição. Nos bastidores, o que tem acontecido com o governo é que um fala em romper, outro em ficar, e assim por diante, claramente a vitória será das oposições. Nós temos nomes como o do deputado Pedro Cunha Lima, do senador Efraim Filho e não tenho dúvidas que são nomes muito fortes para disputar. Precisamos ter um entendimento com os agentes políticos que representam o grupo de oposição e compreender que, caso haja um rompimento no governo, quem estará vindo e se pode compor com esse projeto que nós estamos apresentando à Paraíba”, destacou.

Pelo lado governista, o presidente estadual do Progressistas, Enivaldo Ribeiro, minimizou as especulações de que Cícero possa deixar a base aliada e disse acreditar que o prefeito permanecerá alinhado com o grupo do governador João Azevêdo (PSB).

“Cícero é um cara que o partido tem feito muito por ele. Tem um bom relacionamento com Aguinaldo (Ribeiro). Mas precisamos entender até que ponto isso está atingindo o ego dele, porque tem isso. Ele é sensato e vai permanecer com a gente, na minha opinião. O pessoal tem interesse em desunir um partido como está o nosso, mas no íntimo todo mundo sabe que a candidatura será a de Lucas Ribeiro […] Cícero já tem a prefeitura (de João Pessoa). Ele foi eleito para ser prefeito. Então, que ele continue fazendo o trabalho dele, também ajudando o partido, porque todo mundo é candidato e ninguém é. O candidato mesmo, na minha opinião, vai ser Lucas com o apoio do governador, o apoio de Hugo (Motta), com apoio de Adriano (Galdino), que diz que é candidato, mas no fim ele vai apoiar, porque ele também não vai romper com o governo”, avaliou.