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Até a clara demonstração do deputado Romero Rodrigues (Podemos) de que não disputaria as eleições para prefeito de Campina Grande este ano – feita em sua granja, dias antes do término do prazo para a realização das convenções partidárias, perante alguns amigos -, o principal interlocutor dele com o bloco governista era o senador Efraim Filho, presidente estadual do União Brasil, partido ao qual pertence o prefeito Bruno Cunha Lima.
A partir da nova fase, ganhou relevância um personagem que vinha atuando com uma espécie de coadjuvante nesse processo, mas com pouca visibilidade: o ex-senador Cássio Cunha Lima, ainda vinculado aos quadros do PSDB.
Com Romero fora da disputa – mesmo sem um pronunciamento público dele nessa direção -, a dúvida passou a ser a sua participação ou não na campanha à reeleição de Bruno.
Em caso positivo, caberia a ele fazer a indicação do (a) candidato (a) à vice-prefeitura.
Logo surgiram três alternativas predominantes: deputado Tovar Correia Lima (PSDB), a esposa de Romero, Michelline Rodrigues, e o ex-vereador Alcindor Villarim (foto), presidente do Podemos em Campina – a legenda de Romero.
Praticamente na largada das especulações, Romero descartou a indicação da esposa, por razões de natureza familiar e pela sabida ´incompatibilidade de gênios´ entre ela e o atual prefeito.
Foi colocada para Tovar – sob a forma de consulta – a possibilidade de aceitação do convite para ser vice.
Ele levou um bom tempo para dar a resposta, que veio negativamente, apenas no final de semana das convenções.
O deputado ´tucano´ ouviu muitas ponderações e apelos, mas optou por declinar da sondagem por duas razões fundamentais: as críticas administrativas e políticas que fez a Bruno ao longo dos últimos meses, bem como o prejuízo em termos financeiros e de estrutura que teria ao abrir mão de metade de um mandato estadual para ser vice-prefeito, na hipótese de a chapa sair vencedora em outubro próximo.
Nessa reta final de definições, entrou em cogitação o nome da ex-vereadora Carol Gomes (União Brasil), com a desvantagem de tornar a chapa partidária e de não preencher o requisito pacificado ao longo das últimas conversações: o nome teria que ter o endosso de Romero.
No vácuo da indefinição, dirigentes do PSDB – há quem credite a sugestão a Cássio – decidiram colocar no leque de alternativas para a vice o nome Manoel Ludgerio, ´baldeando´ ainda mais um processo de escolha já desgastante e quase infindável.
Racionalmente, a escolha (até por exclusão) deveria recair no nome de Alcindor.
Acontece que havia surgido a sugestão ´tucana´ e – principalmente – inexistia o endosso explicito de Romero ao nome do ex-vereador.
Sucederam-se várias e prolongadas reuniões no final de semana sem que o ´martelo fosse batido´.
Alcindor chegou à convenção do Podemos, na manhã do dia 5, silencioso e visivelmente contrariado, evitando conceder entrevistas até mesmo sobre o evento partidário que presidiria formalmente instantes depois.
Ao longo desta semana, APARTE apurou que diante da hesitação do seu partido (de Romero) em avalizar o seu nome, Alcindor chegou a externar a alguns interlocutores a intenção de se desfiliar do Podemos.
Romero chegou à convenção e pela primeira vez disse publicamente que estava fora da disputa, mas revelou que estava pendente a adesão ou não do Podemos à campanha à reeleição do prefeito Bruno.
De todo modo, o deputado avisou que todos os candidatos à vereança estavam liberados para fazer as opções individualizadas para a disputa majoritária.
Ao longo da segunda-feira (5), foi perceptível que Tovar praticamente ´colou´ em Romero nos seus deslocamentos, sendo uma espécie de interlocutor de Bruno e de Cássio com o deputado para a superação do impasse.
Lideranças do Podemos ressaltaram junto ao presidente estadual do Podemos, deputado federal Leonardo Gadelha, que estava na convenção, que não fazia sentido a legenda abrir mão da vaga de vice, e que isto deveria ser conversado com Romero.
O desfecho dessa indicação do vice ocorreu na tarde da segunda-feira com a convenção do União Brasil já rolando na casa de shows Spazzio.
Bruno se reuniu com o próprio Alcindor e com Tovar para sacramentar – em diálogo com Romero – a chapa e depois juntar o grupo para sair em ´caravana´ rumo ao local da convenção.
*tópicos coluna Aparte, assinada pelo jornalista Arimatéa Souza.
Para ler a edição completa deste final de semana, acesse aqui.
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