Policial

Grosso calibre: Comando Vermelho tem arsenal caro e com grande poder letal

Da Redação com Agência Brasil
Publicado em 29 de outubro de 2025 às 20:25

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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

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O CV (Comando Vermelho), mais antiga facção do Rio de Janeiro, dispõe hoje de um arsenal considerado novo, caro e com grande capacidade letal, de acordo com especialistas.

Uma operação contra a organização criminosa realizada nesta terça-feira (28) deixou mais de uma centena de mortos e paralisou parte da cidade -criminosos lgados ao grupo chegaram a usar drones com granadas contra a polícia, que apreendeu mais de 100 fuzis.

Diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo aponta o poder bélico que a facção demonstrou durante a ação policial.

“A quantidade de armamento, trocas de tiros com armas de uso militar em uso mostram a gravidade da situação”, disse ela, que destacou que o estado não pode ficar refém desses grupos. “Operações como essa não são suficientes para vencer o poderio bélico do crime organizado.”

O armamento apreendido após a Operação Contenção, divulgado nas redes sociais da polícia, mostra que a facção tem um arsenal moderno, de alto custo e com capacidade de alcance e grande poder letal, diz o especialista em segurança Vinicius Cavalcante, presidente do Conselho Empresarial de Segurança da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

“[Há fuzis] com carregadores de grande capacidade -para até 40 tiros- e lunetas. Estes são acessórios de difícil obtenção, caros e conferem a criminalidade de acertar um alvo de uma distancia entre 400 a 500 metros”, diz ele, que calcula que estes itens podem passar de R$ 50 mil.

Cavalcante afirma que, entre os armamentos, há fuzis de diferentes procedências, como o FAL (Fuzil Automático Leve).

“É o mesmo fuzil que era utilizado pelas Forças Armadas do Brasil, mas não necessariamente são capturados do Exército ou forças policiais, mas já tivemos por aqui histórico de fuzil oriundo da Bolívia e Argentina”, diz o especialista, que também destaca a presença do fuzil HK-G3, que “parece novo” e deve ter origem nos Estado Unidos ou na Alemanha.

Ele explica que é comum o uso de armas por facções chamadas de “Frankenstein”, ou seja, montados de forma artesanal a partir de peças obtidas no mercado ilegal. Essa prática, comum no México e hoje disseminada no Brasil, permite que criminosos fabriquem armas potentes a partir de pedaços de outras o que, segundo Cavalcante, reduz custos e riscos de apreensão nas fronteiras.

Ex-policial federal e doutorando do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Roberto Uchôa afirma que as imagens divulgadas demonstram uma variedade de modelos de fuzis de diferentes origens e fabricantes.

Uchôa, que é autor do llivro “Armas para Quem? A Busca por Armas de Fogo” (ed. Dialetica) diz que é importante uma análise pericial dessas armas para tentar entender os modelos.

Ele calcula que apenas um fuzil, no mercado ilegal, custa entre R$ 60 e 70 mil reais a unidade. “Estamos falando de um prejuízo de cerca de R$ 5 e 6 milhões de reais. Não acho que o Comando Vermelho terá muita dificuldade em repor.”

O especialista considera que a existência de territórios controladas por criminosos em diversas cidades brasileiras deveria ser considerado algo inadmissível, “mas é uma realidade com a qual milhões de pessoas convivem diariamente”.

No Rio de Janeiro, diz ele, foram décadas de controle exercidos ora por facções, como CV, TCP (Terceiro Comando Puro), ADA (Amigos dos Amigos) ou milícias, sendo que o ponto em comum sempre foi a submissão de regiões inteiras ao controle do crime organizado.

“Isso não pode continuar. A forma escolhida pelo governo do estado do Rio de Janeiro já se mostrou inúmeras vezes inadequada, e mesmo assim segue sendo aplicada”, diz ele, que acredita que “os fuzis apreendidos serão repostos, as drogas apreendidas também, os presos ou mortos serão substituídos por jovens que não tem perspectivas de futuro. E isso tudo irá gerar lucros a muita gente.”

Para Uchôa, é preciso repensar “a forma como se trabalha a segurança pública ou devemos nos preparar para um futuro com mais violência, mortes e confrontos”.

*ISABELLA MENON/folhapress

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