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Em entrevista concedida nesta quarta-feira (18) à Rádio Caturité FM, Dom Genival Saraiva, bispo emérito de Palmares (PE) refletiu sobre o significado da renúncia episcopal, a experiência dos bispos eméritos e a importância da consciência pastoral no exercício do ministério. Ao recordar episódios marcantes da Igreja na Paraíba, Dom Genival destacou o exemplo de Dom Manuel Pereira, ex-bispo de Campina Grande, como um gesto de lucidez, responsabilidade e cuidado com a missão confiada pela Igreja.
Segundo Dom Genival, Dom Manuel Pereira decidiu renunciar ao cargo antes mesmo de existir uma determinação canônica que estabelecesse idade limite para o exercício do episcopado.
“Apesar de não haver, na época, uma prescrição canônica para a renúncia por idade, Dom Manuel antecipou-se a essa possibilidade, demonstrando uma profunda consciência do dever pastoral e uma preocupação com a sua saúde física e psicológica, que poderia comprometer o seu desempenho”, afirmou.
Dom Genival relatou que, ao retornar de Roma em 1981, foi chamado por Dom Manuel para uma conversa, quando recebeu a notícia da decisão. Mesmo surpreso, compreendeu os argumentos apresentados, que estavam formalizados em uma carta.
“Ele demonstrava claramente a importância da saúde. Percebia que poderia enfrentar dificuldades e, por isso, optou pela renúncia. Dom Manuel tinha cerca de 65 anos, muito antes do que hoje determina o cânon 401.1, que estabelece a renúncia aos 75 anos”, recordou.
Ao falar sobre a condição de bispo emérito, Dom Genival ressaltou a complexidade desse momento de transição. Ele contou que, ao ser nomeado bispo, apresentou sua carta a Dom Manuel para ouvir sua opinião e recebeu como resposta apenas uma frase curta, mas profunda.
“Após alguns minutos em silêncio, ele me disse: ‘Não deu certo até agora’. Essa frase resume bem a complexidade de ser bispo emérito e de viver esse novo momento da vida”, comentou.
Dom Genival também explicou que, atualmente, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reconhece a experiência dos bispos eméritos e busca integrar esse conhecimento às atividades da Igreja. Segundo ele, os bispos eméritos podem participar de comissões formais da CNBB, conforme previsto nas normas canônicas e no estatuto da Conferência.
“A própria CNBB procura maneiras de aproveitar a experiência dos bispos eméritos, seja em suas dioceses de origem, seja em outras funções. Eu mesmo participei da presidência de uma comissão especial voltada para os bispos eméritos”, destacou.
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