Do Grão ao Pão: entenda as diferenças entre biscoitos industriais e de padaria

No quadro semanal Do Grão ao Pão, o especialista Norival Monteiro explicou os principais fatores que diferenciam os biscoitos produzidos pela indústria daqueles feitos em padarias, abordando desde a embalagem até a regionalidade das receitas.

Segundo ele, a embalagem industrial é mais adequada para a conservação do produto. “A embalagem da indústria é mais grossa, mais resistente, tem a questão do lacre que muda e, além disso, não há contato humano direto, o que reduz o risco de contaminação cruzada”, destacou.

Norival também ressaltou que a indústria utiliza conservantes permitidos pela vigilância sanitária, como sobato de potássio, propionato de cálcio, bicarbonato de sódio e metabisulfito de sódio, garantindo validade maior aos produtos.

“Um biscoito de padaria pode ter validade de até 90 dias, e isso também se explica pelo fato de ser um produto mais seco, com menos umidade. Quando é amanteigado ou semidoce, a própria margarina, a manteiga e o sal já funcionam como conservantes naturais”, explicou.

Ele lembrou, no entanto, que a maioria dos biscoitos e bolachas são feitos à base de farinha branca, mesmo nas versões integrais. “Tem biscoito integral que também leva farinha branca, em percentual. Apesar disso, esse mercado vem crescendo e trazendo novas opções para o consumidor”, acrescentou.

Outro ponto destacado foi o aspecto cultural e regional da produção. “Assim como o pão, os biscoitos carregam particularidades locais. A cultura de cada povo determina o sabor, as cores e até os formatos. Temos, por exemplo, a tradicional bolacha sete capas do Nordeste, que era salgada e, com o tempo, migrou para o semidoce. Já o biscoito palito, aquele amarelinho que muita gente gosta de molhar no café, deu origem ao maisena, ao de canela e a vários outros”, explicou.