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*Vídeo: ParaibaOnline
Em entrevista concedida à Rádio Caturité FM, o presidente do Aeroclube de Campina Grande, Ricardo César, e o integrante da diretoria Artur Gianini esclareceram o longo processo de disputa judicial que se arrastou por 12 anos e que recentemente teve um desfecho favorável à instituição.
Ricardo César lembrou que o marco inicial da controvérsia foi um decreto municipal de 2013 que desapropriou parte da área do aeroclube, localizado no distrito de São José da Mata. Fundado em 7 de outubro de 1940, o aeroclube completa 85 anos em 2025 e mantém até hoje uma forte ligação com a formação de pilotos e com a aviação esportiva.
Segundo o presidente, a desapropriação envolveu 3,5 hectares da área total de 13 hectares da instituição. O acordo previa o repasse de R$ 200 mil e a pavimentação da pista de pouso, mas apenas a primeira parte foi cumprida.
“Os recursos foram depositados na conta da prefeitura, mas o asfaltamento da pista não ocorreu. Diante disso, a presidência da época devolveu o cheque, o que gerou uma disputa judicial que se prolongou até agora”, explicou Ricardo.
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O diretor Artur Gianini (foto) detalhou os transtornos enfrentados pelo aeroclube durante esse período. Segundo ele, a indefinição sobre os acessos ao aeródromo prejudicou a segurança operacional.
“O aeroclube sempre foi o responsável legal pela pista e pelo aeródromo, mas, nesses anos, aeronaves acessaram a área por terrenos que passaram a ser de terceiros, o que trouxe riscos e esvaziou financeiramente a instituição, já que uma de nossas principais receitas vem justamente da manutenção de aeronaves particulares em nossas instalações”, afirmou.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) chegou a apontar não conformidades relacionadas a esses acessos em uma auditoria realizada entre 2021 e 2022, embora todas as demais exigências tenham sido regularizadas. Com a decisão judicial que reintegra a área ao aeroclube, a expectativa é de que a pendência seja encerrada.
Ricardo César destacou ainda que a empresa que se beneficiaria da desapropriação não cumpriu as cláusulas de instalação de uma fábrica de aviões nem gerou os empregos prometidos.
“Isso criou um clima de animosidade, porque o tráfego aéreo ficou mal gerenciado, e muitas vezes não sabíamos quais aeronaves estavam chegando ou saindo”, relatou.
Agora, com a posse integral da área restabelecida, o aeroclube planeja retomar projetos de ensino de aviação e ampliar parcerias.
Artur Gianini vê o momento como um divisor de águas: “Com a recomposição da área, temos condições de atrair escolas de aviação, discutir parcerias com o Estado e até oferecer suporte a operações de aeronaves públicas, como as da polícia. Também voltamos a ter fôlego para pensar no asfaltamento da pista e em novos projetos que beneficiem a sociedade”.
Atualmente, o Aeroclube de Campina Grande mantém cerca de 25 sócios ativos e sete aeronaves permanentes em seus hangares. A instituição é considerada patrimônio histórico da aviação paraibana, sendo mais antiga até mesmo que o Aeroclube da Paraíba, em João Pessoa, e mantém viva uma tradição de quase nove décadas ligadas à aviação civil e esportiva no Estado.
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