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Foto: ParaibaOnline
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As tradicionais bancas de jornal marcaram época e ainda resistem em Campina Grande, mesmo diante das transformações trazidas pela era digital.
A reportagem do ParaibaOnline percorreu alguns desses pontos para ouvir histórias e conhecer o cenário atual do setor.
O comerciante Davi Silva Luna, que herdou a banca do pai Jessé Souza Luna, no ramo desde a década de 1970, contou que cresceu no balcão entre jornais e revistas. Ele admite que a chegada do digital trouxe forte impacto, mas afirma perceber um retorno de parte do público.
“No começo a gente sentiu bastante, mas tenho visto que a procura tem voltado. Muitas pessoas preferem o papel. Até para presentear, um livro físico tem um valor diferente de um digital”, disse.
Segundo Davi, além dos jornais, continuam em alta os passatempos, caça-palavras, livros e até a recente febre das revistas de colorir.
Ele também destacou que programas como a Tarifa Zero, que libera passagens de ônibus aos sábados, ajudam a movimentar o comércio.
Outro comerciante, Rodrigo Cartaxo, reforçou que o cenário atual é bem diferente de décadas atrás.
Hoje, a venda de jornais impressos caiu tanto que, mesmo recebendo apenas três exemplares por dia, muitas vezes não consegue vender nenhum. Para manter o negócio, aposta na variedade de produtos: doces, refrigerantes, água e itens de tabacaria.
“O que ainda tem saída são revistas de jogos, palavras cruzadas e caça-palavras, mas bem menos do que antes. A concorrência com plataformas digitais e até com a Amazon dificulta bastante”, relatou.
Já o experiente José Orlando Dantas, com mais de 50 anos de banca, fez um balanço nostálgico da profissão. Ele lembra quando recebia jornais nacionais como Folha de S. Paulo e Jornal do Brasil, além de diversas revistas que hoje não circulam mais.
“O comércio de revistas caiu muito. O que mais sai hoje é só cocktail, caça-palavras, cruzada. Mas foi daqui que criei meus filhos, e agradeço a Deus por isso”, afirmou.
Apesar dos desafios e incertezas sobre o futuro, as bancas ainda preservam um ar de tradição e saudosismo. Para muitos clientes, não são apenas pontos de venda, mas espaços de convivência e memória cultural.
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