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Paraíba
Foto: Frame/TV Cabo Branco
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A produção de café no município de Areia, no Brejo paraibano, volta a ganhar força e qualidade após mais de 100 anos de declínio.
O cultivo, que no passado colocou a região entre as mais reconhecidas do Brasil na produção de uma das bebidas mais populares do mundo, está sendo retomado graças a pesquisas e experimentos conduzidos pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no campus local.
O trabalho faz parte do projeto Grãos da Paraíba e é coordenado pelo Núcleo de Estudos em Cafeicultura. Há dois anos, os pesquisadores iniciaram o plantio experimental de grãos de café no campo da universidade, envolvendo alunos do curso de Agronomia.
O objetivo é testar e adaptar variedades ao clima, solo e temperatura da região, além de oferecer conhecimento técnico para pequenos e médios produtores.
Frame/TV Cabo Branco
Entre as mais de 150 variedades de café tipo arábica existentes no Brasil, 53 foram testadas no campo experimental da UFPB em Areia. Duas delas, Arara e Catuaí Amarelo 24/137, se destacaram pela alta produtividade e resistência.
De acordo com os dados da pesquisa, ambas podem render cerca de 45 sacas de café por hectare, desempenho significativamente superior à média nacional de 27 sacas por hectare registrada em 2024.
Segundo os pesquisadores, o Catuaí Amarelo apresenta colheita precoce e rendimento elevado, enquanto a variedade Arara é mais tardia, mas oferece um café de alta qualidade, especialmente em áreas mais altas e de temperaturas amenas. Essas características tornam o produto competitivo e promissor, sobretudo para produtores do Brejo paraibano.
O campo experimental também avalia produtividade, resistência a pragas e doenças e diferentes técnicas de adubação. Novos testes incluem o cultivo do robusta amazônico (Coffea canephora), com seis clones já em fase de adaptação.
A pesquisa chamou atenção de produtores locais, como Guimarin Toledo, agricultor e ex-aluno de Agronomia da UFPB, que em 2018, aos 60 anos, plantou 200 mudas na sua propriedade em Alagoa Grande, a 17 km de Areia.
Ele destaca o potencial do café na região, especialmente para pequenos produtores, já que é possível obter alto rendimento mesmo em áreas reduzidas, agregando valor ao produto final.
Após a colheita, todo o café do campo experimental é encaminhado para o setor de secagem da universidade, onde os grãos passam por descascamento, seleção manual e torra. Essa última etapa é considerada crucial para manter a qualidade, especialmente em um ambiente de alta umidade como o Brejo. O cuidado evita que o café perca aroma, sabor e classificação.
O resultado é um café de excelência. Uma das variedades produzidas em Areia alcançou 88 pontos na avaliação de especialistas, considerando atributos como doçura, acidez, aroma, corpo e finalização, pontuação que coloca o produto no topo da escala de cafés especiais.
Com o apoio da ciência e a valorização do conhecimento técnico, a produção de café no Brejo paraibano não apenas resgata um legado histórico, mas também projeta a região como referência na cafeicultura de qualidade no Brasil.
*com informações da TV Cabo Branco
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