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Foto: Ascom
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Frutos ricos em vitamina, adaptados ao clima quente sertanejo e prontos para a indústria. Um projeto de pesquisa desenvolvido no Sertão da Paraíba tem potencializado o maracujá-amarelo na região e mostrado aos(as) produtores(as) que investir nesse tipo de cultura é viável.
Desenvolvida por um grupo de estudantes do curso de Agronomia, Ensino Médio Integrado ao Técnico em Agropecuária, no Centro de Ciências Humanas e Agrárias (CCHA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Câmpus IV, em Catolé do Rocha, a pesquisa ganhou financiamentos do Estado, por meio do edital Demanda Universal, executado pela Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq).
A pesquisa desenvolvida com emprego de técnicas que tornam mais eficiente a cultura do maracujazeiro, já resultou em frutos maiores com melhor rendimento de suco. O coordenador da pesquisa, professor Evandro Franklin de Mesquita, comemorou os resultados, que segundo ele, agora podem avançar com o financiamento do Estado.
Durante o experimento, os(as) discentes descobriram que o uso do silício (elemento químico benéfico às plantas) associado ao esterco bovino e a cobertura vegetal morta, minimizam os efeitos adversos da falta de água e da salinidade, diminuindo o consumo de água sem perda de produtividade para a cultura do maracujá amarelo.
O professor Evandro reafirmou que apesar das condições climáticas desfavoráveis em alguns períodos do ano, o cultivo do maracujá se apresenta como uma alternativa sustentável no Sertão paraibano.
Ele garante que a aplicação de silício associado à adubação orgânica e à cobertura vegetal morta tem apresentado resultados bem-sucedidos em culturas como o feijão-caupi, melancia, genótipos de maracujá, pinha, entre outras.
“Os resultados obtidos foram promissores para a agricultura paraibana, destacando a diminuição do teor de sódio na solução do solo e, por sua vez, menor absorção de sódio pelas raízes de maracujá-amarelo. Esse resultado é relevante para uma região que apresenta sérios problemas de salinidade da água e do solo”, comemorou o professor Evandro.
O docente ainda destacou a produtividade média de 25 t/ha obtida na pesquisa, sendo superior aos 9,61, 14,54 e 14,87 toneladas por hectare reportados na Paraíba, no Nordeste e no Brasil, respectivamente, de acordo com dados do IBGE (2022).
Os resultados da pesquisa foram promissores para a fruticultura paraibana, tais como melhoria da fertilidade natural pelo uso do esterco bovino (adubo orgânico), e a prática conservacionista da cobertura vegetal morta que reduziu as perdas de água por evaporação do solo e transpiração das plantas, deixando o solo mais úmido e menos aquecido no ambiente das raízes.
Professor Evandro contou que os frutos de maracujá-azedo colhidos apresentaram características físico-químicas adequadas tanto para a indústria quanto para o mercado de consumo in natura. Esses frutos são ricos em vitamina A, vitamina C e vitaminas do complexo B, além de conterem minerais como cálcio, ferro, fósforo, sódio e potássio, sendo um fruto de grande aceitação no mercado paraibano. Além disso, o desperdício é mínimo, garantindo uma renda extra aos agricultores familiares.
O experimento foi desenvolvido no período de janeiro de 2022 a dezembro de 2024, em área experimental do Câmpus IV, onde foram utilizadas doses de silício no solo, equivalentes 0, 45, 90, 135 e 180 kg por hectare, com a adição de matéria orgânica, com e sem cobertura vegetal na projeção da copa. Nos tratamentos com adição de matéria orgânica, foram adicionados 7,70 kg de esterco bovino por cova para elevar o teor de matéria orgânica do solo.
O professor Evandro Franklin de Mesquita garante que o projeto está transformando o potencial da fruticultura, com o cultivo do maracujá-amarelo, na região do Alto Sertão paraibano por meio de práticas conservacionistas da cobertura morta associada com silício, elemento benéfico às culturas e que contribui como atenuador de estresses ambientais.
O projeto de pesquisa consta de um estudante de Iniciação Cientifica e duas dissertações, vinculadas ao Programa de Pós-graduação em Ciências Agrárias, sob orientação do professor Evandro Franklin de Mesquita e coorientação dos professores Alberto Soares de Melo e José Felix de Brito Neto.
No total, a pesquisa abrangeu três estudantes do mestrado em Ciências Agrárias, quinze estudantes de Agronomia e oito estudantes do curso Técnico em Agropecuária, além dos pesquisadores Alberto Soares de Melo, Elaine Gonçalves Rech, Lays Klécia Silva Lins, José Felix de Brito Neto, entre outros(as) colaboradores(as).
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