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*Vídeo: ParaibaOnline
O planejamento urbano inadequado tem gerado desafios para o abastecimento de água em Campina Grande. De acordo com o gerente da Cagepa Borborema, Lucílio Vieira, a prática de fracionamento de lotes sem considerar a infraestrutura projetada pode comprometer o fornecimento de serviços básicos no longo prazo.
“Existe um documento chamado Plano Diretor. Quando eu digo um documento, é porque ele existe, mas, na realidade, ninguém coloca em prática”, destacou Lucílio Vieira.
Ele explicou que, quando grandes loteamentos solicitam viabilidade à Cagepa, a empresa faz um estudo para garantir o abastecimento da área por um período mínimo de 25 anos. No entanto, segundo o gerente, a fragmentação desses lotes tem reduzido drasticamente essa projeção.
“O que tem acontecido é que esses mil lotes, por exemplo, estão sendo vendidos de maneira fracionada para pequenos construtores. Esses construtores pegam dez lotes, remembram para um só e depois desmembram em vinte. Ou seja, quando a Cagepa fez o planejamento, pensou em atender dez unidades, mas agora precisa atender vinte. Isso reduz o horizonte de abastecimento que antes era de 25 anos”, explicou.
Expansão urbana desordenada e o impacto na infraestrutura
A situação se agrava quando pequenos lotes são convertidos em edificações de múltiplas unidades. “Outro exemplo que acontece muito: você pega quatro lotes e transforma em um pequeno edifício com 16 unidades. O que antes era projetado para quatro unidades passa a ser 16. Isso tem diminuído a previsão útil dos projetos de abastecimento de 20 anos para 15, 10 e até menos. O que era uma garantia para o futuro, acaba sendo apenas uma solução imediata”, alertou Lucílio Vieira.
A Cagepa realizou uma reunião com o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Campina Grande (Sinduscon), presidido por Lamartini Araújo, para discutir a necessidade de ajustes no planejamento dos novos loteamentos.
“Nossa proposta é que as empresas já apresentem, junto com os projetos, a possibilidade de modificação nos lotes, para que possamos prever melhor o abastecimento de água e esgoto”, disse Vieira.
O gerente reforçou que a expansão urbana desordenada tem impactos diretos na infraestrutura da cidade, especialmente no fornecimento de água e no saneamento básico.
“O impacto não é só na água, porque, em paralelo, também é feito o projeto de esgoto. Se não houver planejamento adequado, teremos dificuldades futuras para garantir o atendimento da população”, finalizou.
A Cagepa recomenda que construtoras e órgãos responsáveis sigam as diretrizes do Plano Diretor e consultem a empresa antes de promover alterações nos loteamentos, garantindo um crescimento sustentável para Campina Grande.
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