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Foto: ParaibaOnline/Arquivo
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*Vídeo: ParaibaOnline
A advogada e coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres de Campina Grande, Talita Lucena, abordou a Lei do Feminicídio em sua coluna semanal Mulheres em Foco, veiculada na Rádio Caturité FM. Durante sua fala, ela ressaltou a importância da legislação, que completou dez anos em 2025, e os desafios ainda enfrentados no combate à violência contra a mulher no Brasil.
“Aquela mulher que foi morta, se fosse um homem, não teria sido cometido esse crime. Então, o crime de feminicídio é cometido por razões do sexo feminino. A gente teve esse crime inserido na nossa lei no ano de 2015, quando o feminicídio passou a ser considerado um crime de homicídio qualificado, sendo tido como um crime hediondo”, explicou Talita. Ela destacou ainda que a pena para esse tipo de crime pode variar de 20 a 60 anos de prisão.
A advogada trouxe dados alarmantes sobre o feminicídio no Brasil. “Na última década, nós tivemos mais de 11.800 casos de feminicídio. A cada seis horas, uma mulher é vítima desse crime em nosso país, segundo o Fórum Nacional de Segurança Pública”, afirmou.
Mesmo com leis avançadas, como a Lei Maria da Penha e a própria Lei do Feminicídio, Talita alerta que o Brasil ainda ocupa uma posição preocupante no ranking global da violência de gênero. “Embora a gente tenha muitas leis que garantem o direito da mulher à proteção, o Brasil ainda está entre os cinco países que mais matam mulheres no mundo”, enfatizou.
Na Paraíba, a realidade também é alarmante. “Somente no ano de 2024, tivemos mais de 25 casos de feminicídio registrados no Estado. É um número muito expressivo de mulheres que foram mortas somente pelo fato de serem mulheres”, disse Talita.
Ela destacou ainda que o feminicídio é o último estágio de um ciclo de violência, que muitas vezes começa com agressões psicológicas, patrimoniais e físicas. “É importante que as mulheres saibam reconhecer os sinais. O feminicídio não acontece do nada. Ele vem precedido de vários tipos de violências que precisam ser identificadas e denunciadas”, alertou.
Talita também reforçou a necessidade de políticas públicas eficazes e ações educativas para mudar a cultura da violência contra a mulher. “Precisamos trabalhar na perspectiva da conscientização, educar desde a infância para que nossas crianças compreendam que qualquer tipo de discriminação de gênero não é aceitável. A mulher não é um objeto, ela tem direitos e merece respeito”, concluiu.
A coluna Mulheres em Foco vai ao ar semanalmente na Rádio Caturité FM e traz debates sobre os direitos das mulheres e políticas públicas voltadas para a equidade de gênero.
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