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Foto: ParaibaOnline
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O programa Memórias da Rede Ita, retransmitido pela Rádio Caturité FM, trouxe um resgate histórico sobre a trajetória de Maria Dulce Barbosa, a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal de Campina Grande.
Os historiadores Ita Steinmiller e Vanderley Brito destacaram a importância de Dulce na política local e sua luta em um cenário predominantemente masculino.
“O espaço da política é predominantemente masculino, mas isso vem mudando a passos lentos. A participação das mulheres na política tem crescido, seja como eleitoras desde a década de 30 ou como candidatas a cargos públicos”, pontuou Vanderley Brito.
A conquista feminina no cenário político começou a se desenhar com o Código Eleitoral de 1932, instituído por Getúlio Vargas, permitindo o voto feminino – ainda que com restrições. Em Campina Grande, essa mudança foi consolidada em 1945, quando Maria Dulce Barbosa foi eleita vereadora, tornando-se pioneira não apenas na cidade, mas em todo o Nordeste.
“Numa sociedade conservadora, machista e patriarcal, onde há pouco tempo a mulher não tinha nem o direito de votar, em Campina Grande aconteceu uma verdadeira revolução feminina nas eleições municipais de 1945”, destacou Ita Steinmiller.
Além de vencer os desafios da época, Dulce ainda foi reeleita em 1951 e 1955. Seu protagonismo na política continuou com a emancipação de Queimadas, em 1962, quando se tornou a primeira prefeita da cidade e, consequentemente, a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe do Executivo municipal na Paraíba.
“Foi uma façanha Dulce ter sido eleita, pois, além de ser mulher, venceu pelo Partido Progressista, que fazia oposição a Elpídio de Almeida, o prefeito mais querido da cidade”, acrescentou Vanderley.
Dulce Barbosa ainda tentou voltar à prefeitura de Queimadas nas eleições de 1969 e 1976, sem sucesso, dedicando-se depois ao magistério. Seu legado foi além da política, com a fundação do Ginásio Comercial Dulce Barbosa, a primeira escola ginasial da cidade.
“Fortalecer o papel das mulheres na sociedade foi a sina de Maria Dulce Barbosa, que faleceu aos 96 anos, em 8 de março de 2013. Coincidentemente, no Dia Internacional da Mulher”, concluiu Ita Steinmiller.
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