O quadro Memórias, da Rede Ita, repercutido na Rádio Caturité FM, trouxe nesta semana a trajetória de Epaminondas Câmara, pioneiro na pesquisa sobre a história de Campina Grande. Os historiadores Vanderley Brito e Ida Steinmuller relataram a importância de seu trabalho para a preservação da memória da cidade.

“Nascido em Esperança, em 1900, Epaminondas foi o primeiro estudioso a se preocupar em investigar e escrever a história de Campina Grande”, afirmou Vanderley Brito.

Apesar da origem humilde e da falta de acesso a uma educação formal, ele se dedicou aos estudos e chegou à cidade em 1920, onde atuou como contador no Banco Auxiliar do Povo. “Entre um trabalho e outro, ele se dedicou às letras, publicando seus primeiros escritos em 1932, na Revista Almanac de Campina Grande”, complementou Ida Steinmuller.

Em 1938, Epaminondas iniciou uma série de artigos intitulados Síntese Histórica de Campina Grande, culminando na publicação do livro Os Alicerces de Campina Grande (1943), a primeira obra a registrar a história da cidade. “Ele foi o primeiro a perceber o potencial histórico de Campina, enquanto outros apenas a viam como um anexo da história paraibana”, destacou Brito.

A relevância de sua pesquisa garantiu-lhe um lugar na Academia Paraibana de Letras e a participação como membro fundador do Instituto Histórico de Campina Grande.

Em 1947, lançou seu segundo livro, Datas Campinenses, reunindo documentos e registros históricos fundamentais. “Esse material até hoje serve como parâmetro para nossos historiadores”, pontuou Vanderley.

Epaminondas Câmara faleceu em 28 de abril de 1958, enquanto presidia o Instituto Histórico de Campina Grande. “Ele foi um pioneiro que fez da cidade seu objeto de estudo e pesquisa, garantindo que sua história jamais fosse esquecida”, concluiu Steinmuller.

Ouça aqui a explanação completa.