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A droga é algo devastador. Seus efeitos e danos, talvez, sejam piores dos que decorrem de um terremoto, ou mesmo, de um tsunâmi.
O poder de aniquilamento daqueles que se aventuram pelo vício da maconha, cocaína, da merla, da heroína, etc. é absurdamente cruel.
Ela chega como se fosse uma fêmea deslumbrante, cativante e sensualmente atraente. Lhe seduz ao primeiro contato, mostra-lhe um mundo completamente de fantasias e depois lhe aprisiona e escraviza.
O que inicialmente te conduz para um circuito de euforia, aos poucos também te leva para o inferno. As dores impostas por essa fêmea maldita invadem a existência humana e, sem pedir licença, sujeita o viciado a uma servidão mutiladora, levando com ele a família inteira, que passa a sofrer conjuntamente os males dos delirantes desvarios das drogas.
Recentemente assistimos um depoimento de Paulo Cézar Caju, jogador da seleção brasileira de futebol ao jornalista Geneton Moraes, do Programa Dossiê, da Globo News. Nada mais, nada menos do que tricampeão do mundo com a seleção de 1970.
O craque revela que saiu do paraíso para um submundo do desprezo, do abandono, do afastamento de amigos, da dilapidação do seu patrimônio e da degradação da sua própria existência, com risco de até mesmo perder sua vida. Foram dezesseis anos de vício. Tudo começou após encerrar sua carreira de jogador. Estava ele na França, quando experimentou pela primeira vez a cocaína.
De volta ao Rio de Janeiro, a atraente e feiticeira cocaína o conquistou e o fez escravo. Completamente dominado pelo vício, ela passou perder amigos, como também o seu próprio patrimônio. Se desfez de três valorosos imóveis na glamorosa Lagoa Rodrigues de Freitas.
A cocaína, ainda, levou suas correntes de ouro, a medalha da copa do mundo de 1970 e uma miniatura, em ouro, da Taça Jules Rimet, comendas preciosas para o menino pobre, filho de uma empregada doméstica que se fez atleta e tornou-se um dos grandes nomes do nosso futebol.
No fundo do poço, Caju esclarece que foi uma médica francesa que lhe afirmou: Ou você deixa o vício, ou morrerá em pouco tempo de vida. Como não fumava, nem ingeria bebida alcoólica, então, foi mais fácil se livrar da única droga que o consumia, a cocaína.
Há mais de quinze que Caju se libertou das drogas. No final da entrevista, lançou um conselho, em tom, dramático e de apelo: “Digo a quem nunca experimentou drogas: não experimente! Só isso: não experimente! São mortais”.
Ou o homem acorda e aniquila a droga, ou esta lhe enviará definitivamente para um cativeiro apocalíptico.
*Desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba
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