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O projeto Tem Mulher Negra no Audiovisual Campinense realizou na tarde desta terça-feira, 26 de novembro, o lançamento de um catálogo profissional reunindo 20 produtoras audiovisuais que atuam no município de Campina Grande. O evento contou com a presença de produtoras culturais, jornalistas, professores e familiares das profissionais incluídas no catálogo.
Contemplado pelo edital da Lei Paulo Gustavo da Secretaria de Cultura do Governo do Estado, o projeto tem como um dos objetivos enfrentar o apagamento das mulheres negras que atuam no audiovisual campinense.
“Ainda persiste no imaginário do povo brasileiro a ideia de que o lugar da mulher negra no nosso Brasil é o da subalternidade. Mulheres negras em espaço de poder representam um ato de insurgência; e estamos prontas para ocupar esses espaços, como os de roteirização e direção no cinema, por exemplo, que continuam desde sempre sendo majoritariamente assumidos por homens brancos.”, afirmou a idealizadora e coordenadora do projeto, a jornalista e cientista social Carla Borba.
Para a atriz, roteirista e diretora Cris Leandro, uma das mulheres incluídas no catálogo, o projeto é bem-vindo.
“Esse catálogo vem em um momento muito importante, porque é hora da gente dizer para essa sociedade que nós produzimos, que nós protagonizamos histórias.”, afirmou a produtora audiovisual.
O projeto, conta desde o seu início com o apoio da Associação Rede de Conexões para Cidadania – ARCCID, uma entidade orientada por princípios antirracistas.
“É uma satisfação ser parceiro desse projeto. Ser negro nesse país é ser um agente político e nós vamos buscar tantos outro pretos e pretas para nascer outros projetos como esses que com políticas públicas possibilitam a gente a fazer o enfrentamento da invisibilidade. A ARCCID nasce com esse propósito”, afirmou o presidente da Associação, Valderedo Borba.
De acordo com Carla Borba, o catálogo foi pensado enquanto instrumento de divulgação com o propósito de potencializar uma maior diversidade de gênero e de raça nos sets de filmagens.
“Precisamos de visibilidade para as mulheres pretas que se prepararam para ocupar esses lugares importantes na produção audiovisual e o projeto foi feito com esse propósito. Foi um trabalho feito por mulheres pretas, com mulheres pretas e para mulheres pretas. Quando escrevi o projeto convidei duas produtoras audiovisuais negras para compor a equipe, as jornalistas Myrlla dos Anjos e Val da Costa, porque entendemos que não é possível falar sobre nós sem nós”, explicou a professora Carla.
SOBRE O PROJETO
Realizado a partir de uma política pública do Ministério da Cultura, o projeto Tem Mulher Negra no Audiovisual Campinense foi uma das 108 iniciativas selecionadas dentre as 3.359 inscritas no edital da Lei Paulo Gustavo da Secretaria de Cultura da Paraíba.
O trabalho começou em fevereiro de 2024 e seguiu as etapas de estruturação, mapeamento das profissionais do audiovisual que atuam em Campina Grande, elaboração do instrumento de pesquisa, levantamento de dados, produção textual e edição.
Em junho deste ano a ministra da Cultura, Margareth Menezes, recebeu em Campina Grande, um kit promocional do projeto. O trabalho reúne mulheres com formação em jornalismo, arte e mídia, publicidade, produção cultural, produção audiovisual, educomunicação, cinema e também autodidatas.
No catálogo é possível encontrar profissionais que atuam como diretoras, roteiristas, produtoras, pesquisadoras, diretoras de arte, produtoras de elenco, editoras, atrizes, fotógrafas e cinegrafistas.
O catálogo digital pode ser acessado no site do projeto https://www.mulhernegranoaudiovisual.com.br/ e informações sobre o trabalho podem ser encontradas no Instagram @temmulhernegranoaudiovisual.
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