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Na véspera do feriado nacional dedicado ao ‘Dia da Consciência Negra’, que aconteceu na quarta-feira, 20, a Prefeitura de Campina Grande, promoveu ações em serviços de assistência coordenados por equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas).
No Centro Municipal de Convivência do Idoso (CMCI), o tema ‘Consciência Negra’ e a importância da data foram temas da palestra apresentada pela assistente social da unidade, Calina Freitas.
Por meio de vídeos e música foi mostrada a importância da comemoração e do feriado nacional. O CMCI está localizado no bairro dos Cuités.
A data, instituída pela Lei 12.519, de 10 de novembro de 2011, e que já era feriado em alguns estados do Brasil, é uma homenagem à memória de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes da resistência negra contra a escravidão no Brasil e símbolo da luta pela liberdade.
O tema, abordado no CMCI, trouxe à tona o pertencimento do idoso, especialmente do idoso negro, que já sentiu o preconceito na pele e vivenciou o tema em outras oportunidades.
“Tivemos o cuidado de mostrar que somos iguais, mesmo em uma sociedade excludente. Trabalhamos aqui pelo pertencimento dos idosos e, através de conversas, percebemos que existem ainda muitas dúvidas em relação ao que pode ser considerado ‘preconceito’ ou não. Ao mesmo tempo, estamos atentos a algumas situações diárias, já que ele, na maioria das vezes, está enraizado e precisa ser trabalhado em cada cidadão”, destacou a assistente social, Calina Freitas.
A aposentada Maria Lucione, 68 anos, que frequenta a unidade, conta que sofreu preconceito na infância porque a mãe era negra e o pai tinha a cor parda. Alguns parentes e familiares a discriminavam, chamando-a de “mosca no leite”.
Na frase, segundo ela, ficava evidenciado o preconceito com a cor. Na idade adulta, ela procurou ajuda e estava sempre atenta às discussões, para tentar amenizar os traumas vividos na infância.
“Minhas colegas de trabalho e amigos psicólogos me ajudaram bastante e, hoje, eu posso dizer que lido melhor com o preconceito que, infelizmente, ainda existe no meio das relações. Às vezes ocorre até de forma mascarada, mas ainda está presente, infelizmente”, declarou Lucione.
Para Gilma Souto Maior, coordenadora do CMCI, uma discussão atual e necessária porque, à essa altura, muitos idosos ainda sofrem preconceito, não apenas pela condição da idade, mas também pela cor.
“Sempre tratamos esse tema com muita propriedade e cuidado. Sempre respeitando a situação de vida de cada um deles. E vamos ajudando cada um deles”, disse a coordenadora.
Outras Ações
O tema também foi trabalhado pelas demais unidades da Semas, a exemplo dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS), do Jeremias, que abordou o tema em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), por meio do Projeto Pixote, com o tema: “Etnia com quesito, raça e cor”.
Já o CRAS Galante apresentou o tema Consciência Negra, com o lema “Assim como as flores, pessoas têm cores diferentes”.
As discussões foram realizadas através de oficinas de pintura e colagem, onde ao mesmo tempo em que as peças eram produzidas, os adolescentes interagiram sobre o verdadeiro significado da data e da importância em tratar bem todas as pessoas, independentemente da cor, credo e da raça.
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