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No último dia 25 de outubro, foi celebrado o Dia do Sapateiro, uma profissão que, para muitos, é mais que um trabalho: é uma verdadeira arte passada de geração em geração. Em Campina Grande, a equipe da Caturité FM conversou com Edmilson Dias e Carlos Antônio, sapateiros com décadas de experiência, para entender a importância da profissão, as mudanças e desafios enfrentados por esses profissionais que dedicam a vida a transformar e restaurar calçados.
Com quase 60 anos de atuação, Edmilson Dias carrega uma vasta experiência. Ele relembra o início da carreira, quando começou a trabalhar ainda muito jovem, fabricando sapatos sob encomenda, principalmente para ocasiões especiais, como casamentos.
“Vou botar 60 anos, que eu comecei muito cedo, tudo aqui em Campina. No começo, eu fabricava sobre encomenda. Era mais uma coisa de sapato de noiva, dama de honra. Mas depois a demanda foi tão grande que eu não dava vencimento. Aí eu tive que optar pelo conserto,” conta Edmilson, que hoje é uma referência no conserto de calçados.
Edmilson observa que, apesar de ter iniciado com a fabricação, o conserto se tornou a principal atividade em sua oficina com o passar dos anos. Ele detalha que, embora a demanda por reparos simples, como colagem e costura, seja alta, há também pedidos mais complexos, como o conserto de solados e a restauração de bolsas.
“Os mais simples são uma colinha, uma costurinha rápida, e os mais complicados são os solados e a pintura de bolsa. São serviços que exigem atenção e cuidado,” explica.
Carlos Antônio, sapateiro há 25 anos, aprendeu o ofício com o pai e o avô. Ele fala com orgulho sobre a continuidade da profissão em sua família e destaca que o amor pelo trabalho é o que o motiva diariamente.
“Foi de geração em geração, do meu avô, passou para o meu pai, e eu peguei a profissão. É uma profissão que eu amo, por ser algo escasso hoje em dia. Mas também vejo que há oportunidades para novos profissionais entrarem no ramo, como já aconteceu comigo ao abrir portas para outra pessoa que agora trabalha na área,” comenta Carlos Antônio, ressaltando a importância de manter viva essa tradição.
Para Edmilson, a valorização dos sapateiros melhorou ao longo dos anos, o que ele acredita estar relacionado ao aumento da procura por serviços de qualidade. “A procura tem sido quase a mesma de quando eu comecei, e a valorização melhorou. Se a valorização melhorou, a procura também aumentou,” diz Edmilson.
Carlos Antônio reforça que o reconhecimento do trabalho começa pelo próprio profissional. “Depende muito do profissional. Se ele é um bom profissional, ele tem que dar valor à profissão dele. Se ele não der, é difícil alguém chegar e valorizar,” pontua, lembrando que, além do talento, o comprometimento é essencial para que o serviço receba o respeito que merece.
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