Paraíba

Jornalista Arimatéa Souza: o Biliu que poucos conheciam

Da Redação
Publicado em 9 de julho de 2024 às 20:16

biliu de campina

Foto: Codecom-CG/Arquivo

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Por muitos anos, participei ativamente da cobertura do Maior São João do Mundo na Rádio Caturité.

No palco ou transitando pelas barracas e palhoças do Parque do Povo, Biliu de Campina era uma presença constante, ´carregada´ e extrovertida. 

Não passava despercebido quando parava para conversar e – quase sempre – reclamar de algo ou de alguém.

Desde a sua morte, na tarde de ontem, muito tem sido falado sobre o artista, cujo improviso e irreverência no palco superava as limitações de voz.

Mas, particularmente, a memória mais viva e intensa de Biliu está localizada na Praça da Bandeira, seu ´ponto´ principal quando não sumia por muitos dias e se isolava num sítio que possuía nos arredores de Campina Grande.

Em incontáveis e memoráveis noites, uma turma se reunia na Praça da Bandeira para conversar sobre tudo e todos, mas também era um espaço privilegiado para sorver um pouco da ´bagagem´ que Biliu acumulou da cultura brasileira, especialmente nordestina, e também da história campinense.

Este privilegiado potencial de Biliu pouco foi desfrutado e até mesmo conhecido pela gente campinense, ofuscado pela verve artística inerente à sua subsistência.  

Em torno do ´trailler´ de ´Ari do Lanche´, muito da nossa história foi revelada e aprofundada, madrugadas adentro, com a informalidade e as inevitáveis gargalhadas que não davam espaço para a contemplação do relógio ou a insinuação do sono. 

Nas ´chamadas´ atuais da turma da Praça da Bandeira, mais uma ausência começa a ser registrada diariamente. 

As cadeiras vazias já prevalecem, como a notificar que o impiedoso tempo é devorador também de amizades; e igualmente a abrigar somente na lembrança o que até pouco tempo era descontração e aprendizado, sob o testemunho silencioso e encantador da lua. 

Por trás daquele Biliu aparentemente ranzinza, radical, irônico e de difícil acesso, existia um coração generoso e um amante desmedido de Campina Grande e deu povo.  

Como cantava seu amigo Dominguinhos, “chora sanfona sentida”.

*fonte: coluna Aparte, assinada pelo jornalista Arimatea Souza

Para ler a edição completa desta terça-feira, acesse aqui:

Aparte: Casamento tem que incluir João em Campina Grande (paraibaonline.com.br)

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