Esportes

Zagueiro do Flamengo esquece incômodo, supera improviso e sobressai no meio

Da Redação*
Publicado em 14 de setembro de 2024 às 18:35

Leo Ortiz zagueiro do Flamengo 2024

Foto: Marcelo Cortes /CRF

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Improvisação talvez já não seja mais a palavra para a utilização de Léo Ortiz como volante no Flamengo. O reencontro com a função que fez nas categorias de base não foi simples no início, mas o jogador virou o único nome certo no meio-campo de Tite antes da decisão contra o Bahia. Ele se consolidou no setor a base de muita adaptação e estudo.

“Não dá para chamar muito de improviso, venho fazendo essa função muitas vezes. Não tenho certeza dos dados, mas acredito que eu tenha jogado mais como volante do que como zagueiro desde quando cheguei. Acho que já estou me acostumando com a função. Lógico que mantenho minha função de origem, que é zagueiro, mas neste sábado (14) estou mais adaptado ali, achando mais espaços e conseguindo desenvolver o meu jogo da forma que eu gosto e da forma que o time precisa também”, disse Ortiz.

O QUE ACONTECEU

Ortiz era a única certeza de Tite. O treinador passou a semana testando Allan e Evertton Araújo como segundos volantes e definiu apenas na véspera quem seria o titular. Arrascaeta enfrentou dúvidas pela condição física.

Isso mostra que o treinador já não vê mais o jogador como “improvisado”. Apesar de precisar em alguns momentos, especialmente durante a Copa América, Tite sempre frisou que evitaria improvisar. Com outras opções de volantes de origem no banco, a comissão mesmo assim optou pela manutenção de Léo Ortiz.

A adaptação acontece entre os jogos, principalmente. Com vídeos, conversas com os membros da comissão e muita análise.

Um dos principais fatores de mudança está na parte física. Nas primeiras partidas era nítida a exaustão e ele precisou ser substituído diversas vezes. “Ainda tem as partes físicas. É óbvio que vou sentir mais que um volante “natural”. Por mais que eu tenha feito a função na base, estava cinco, seis anos jogando como zagueiro. As métricas mudam muito em relação a sprint e distância percorrida. Mas acho que isso vai ser mais a longo prazo porque requer mais tempo”, disse o jogador.

Havia um incômodo inicial. Além da readaptação, o jogador também não queria virar volante de vez. Mais confortável na zaga, a ideia era não abandonar a posição. No entanto, a dupla função hoje é vista de maneira mais tranquila.

“Venho me adaptando e tendo espaço entre os jogos para refletir e analisar o que venho fazendo. Me adaptar e ser ainda melhor na posição. No começo me incomodava um pouquinho ali porque não estava extremamente adaptado, às vezes participava pouco e isso me incomodava. Gosto de participar do jogo, seja como zagueiro ou volante. Venho conseguindo estudar e encontrar espaços”, afirma o jogador.

Contratado com alta expectativa e valores substanciais, Léo Ortiz foi mais usado como volante do que como zagueiro. Nos 11 últimos jogos, ele foi titular em sete atuou no meio-campo em nove. Contra o Red Bull Bragantino, o camisa 3 começou como zagueiro, mas foi deslocado durante a partida. A única vez que iniciou na linha de defesa foi diante do Atletico-GO.

Entre as características mais importantes estão os lançamentos e a precisão. Ortiz achou Bruno Henrique no lance que originou o gol do Flamengo e tem também uma assistência nesse período. A qualidade de passe que deu ao meio é importante no esquema armado por Tite.

“Hoje busquei muito o Arrasca entre linhas. É uma característica que tenho de achar os espaços, fechar na marcação, ajudar a linha de quatro e fechar na frente da zaga. Sabemos como é o Bahia, um meio-campo de qualidade que faz a gente sofrer. Conseguimos elevar o nível. A Data Fifa foi importante para recuperar a energia e ajeitar algumas coisas que não estávamos fazendo tão bem”, disse Ortiz.

“Ele jogou oito, nove anos na base ali. Um pouquinho antes do lance do gol nós comentamos no banco, os dois zagueiros abastecem os dois primeiros meios-campistas, porque eles vão encontrar a passe e furar a linha para o Gerson e para o Arrascaeta na frente. O zagueiro é mais uma bola de corredor, uma bola de inversão. O lance do gol é característico, ele recebe com o domínio orientado de lado, já dá o primeiro passe, aí o cara intercepta só para ver, porque ele tem um chip, ele antevê os movimentos, porque tem o domínio da posição. Como ele tem o domínio da posição de função de volante e de zagueiro que ele vem, ele pode jogar nas duas”, afirmou Tite.

* LUIZA SÁ (RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS)

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