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“Não é uma casualidade, sei que existe alguma coisa importante e não sei de onde vem”. As palavras são de Carlo Ancelotti, um dos técnicos mais vitoriosos da história, mas que se diz incapaz de explicar o que acontece com o Real Madrid na Champions League.
Na ausência de definições mais objetivas, ele também adere à resposta mística.
“Só sei que não tem fim”, diz.
Azar do Borussia Dortmund, que neste sábado (1) se tornou mais uma vítima do gigante espanhol na final da edição deste ano, em Wembley, na Inglaterra, onde o Real Madrid conquistou sua 15ª Champions.
Contrariando a expectativa até o apito inicial, o time alemão dominou a partida, criou mais chances, teve uma bola na trave, mas não fez o que só o Real Madrid conseguiu: gols.
O lance que definiu o rumo da partida saiu após cobrança de escanteio de Toni Kroos, que serviu a bola como um garçom para Dani Carvajal balançar a rede aos 29 minutos do segundo tempo.
Com 1 a 0, o Real Madrid assumiu o controle do jogo e fez o que está acostumado. Saiu de uma situação difícil para festejar uma grande vitória, sacramentada com um gol de Vinicius Jr, aos 38 minutos. Um 2 a 0 ao melhor estilo Real Madrid imortal.
Vini repetiu na Inglaterra que já havia feito em sua primeira experiência em decisão de Champions. Foi do brasileiro o gol da conquista contra o Liverpool, há dois anos, em Paris. Ao marcar novamente, ele alcança uma marca raríssima no maior torneio de clubes do mundo.
O único jogador a fazer gol em duas finais de Champions antes de completar 24 anos foi Lionel Messi. O argentino balançou as redes em 2009 e 2011, ambas contra o Manchester United, e ajudou o Barcelona a levantar o troféu.
A fase de Vini é iluminada. Agora, são seis gols na atual edição do torneio, quatro deles no mata-mata. O gol na decisão coroa uma temporada que o credencia a ser eleito pela primeira vez o melhor do mundo. Mesmo antes de a bola rolar, a campa por ele já era grande.
O brasileiro é peça fundamental num time que tem feito uma história ímpar no futebol.
Nenhum time tem mais títulos do que o clube de Madri no principal torneio de clubes da Europa. Agora, o segundo maior não tem nem sequer a metade dos troféus que os merengues ostentam. São 15, contra 7 do Milan, que venceu pela última vez na temporada 2006-07.
O feito que o Dortmund buscava era algo raro na história do torneio. Nenhum dos jogadores que estiveram em campo eram nascidos quando o Real Madrid foi vice-campeão da Champions pela última vez.
Isso aconteceu na temporada 1980/81, quando o quando o Liverpool levou a melhor. Antes disso, só dois clubes conseguiram superar o Real Madrid em uma decisão: o Benfica, em 1961/62, e a Inter de Milão, em 1963/64.
Agora com 18 finais disputadas, o time espanhol tem um impressionante aproveitamento de 83,3% em decisões.
Estádio: Wembley, em Londres, na Inglaterra
Árbitro: Slavko Vincic
Assistentes: Tomaz Klancnik e Andraz Kovacic
VAR: Nejc Kajtazovic
Amarelos: Vini Jr., Schlotterbeck, Sabitzer, Hummels
Gol: Carvajal, aos 29min do 2º tempo, e Vini Jr, aos 38min do 2º tempo
REAL MADRID
Courtois; Carvajal, Rüdiger, Nacho e Mendy; Kroos (Modric), Valverde e Camavinga; Vinicius Junior (Vazquez), Bellingham (Joselu) e Rodrygo (Militão). T.: Carlo Ancelotti
BORUSSIA DORTMUND
Kobel; Ryerson, Hummels, Schlotterbeck e Maatsen; Sabitzer, Can (Malen) e Brandt (Haller); Sancho (Bynoe-Gittens), Füllkrug e Adeyemi (Reus). T.: Terzig
* LUCIANO TRINDADE (SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
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