Treze e Campinense: Professor lança livro sobre os 70 anos do Clássico dos Maiorais

O professor e historiador Jilton Lucena lança, nesta quinta-feira (27), o livro “Clássico dos Maiorais – 70 anos de memórias, rivalidades e tradição”, uma obra que resgata em detalhes a história do confronto mais emblemático de Campina Grande. Neto do saudoso narrador esportivo Joselito Lucena, uma das vozes mais marcantes do futebol paraibano, Jilton conversou com a Rádio Caturité FM e explicou como nasceu o projeto.

Segundo o historiador, a pesquisa parte de um marco importante: o primeiro jogo entre Treze e Campinense.

“O primeiro jogo foi em 27 de novembro de 1955, e a gente faz essa escrita de 55 até 90, que eu chamei de primeiro tempo, para trazer informações sobre esses primeiros 35 anos do clássico”, explicou.

O lançamento acontece justamente no mesmo dia em que, há sete décadas, o duelo inaugural foi disputado em Campina Grande. O autor afirma que o livro é apenas a primeira etapa de uma obra maior.

“O lançamento vai ser no mesmo dia do confronto de 70 anos atrás. E eu já estou na escrita da segunda metade, o segundo tempo do jogo, que vai de 90 até 2025, ano em que o clássico completa 70 anos desse confronto entre Treze e Campinense.”

Além da divisão em duas grandes etapas temporais, Jilton também reservou um espaço especial para tratar das torcidas organizadas, destacando sua importância na consolidação do clássico.

“No intervalo do jogo eu me dedico a falar sobre as torcidas de Treze e Campinense, sobre como surgiram as primeiras organizações de torcedores para fortalecer esses clubes. A gente sabe que um clube precisa trazer uma torcida forte e concreta, então faço esse destaque também.”

A pesquisa foi construída a partir de extensa documentação, sobretudo de jornais da época.

“Foram muitos dados, muitos recortes de jornais. Joselito deixou muitas fontes do Diário da Borborema, de A União e até do Diário de Pernambuco. Outros jornais de outros estados também falavam sobre os Maiorais da Serra, como o clássico era chamado no início.”

O autor explica que o resgate histórico permite compreender o contexto em que nasceu a rivalidade.

“Primeiro trago o contexto de como o Treze rivalizava com Ferroviário, Paulistano, América de Esperança, porque o Campinense ainda não tinha um clube voltado para o futebol. Em 1955 surge essa ideia de trazer o Campinense para essa vertente. Os seis primeiros jogos foram perdidos pelo Campinense, e o Treze chegou a brincar dizendo que faria a missa de sétimo dia — no sétimo jogo ganharia sete vezes seguidas. Mas não acontece: o Campinense vence por 1 a 0, e é aí que nasce essa grande rivalidade que conhecemos hoje.”

Além do livro principal, Jilton também apresentará uma versão infantil da obra: uma história em quadrinhos que resume os momentos mais marcantes da trajetória do clássico.

“Toda essa história mais densa a gente resume na versão infantil, mostrando as datas e fatos mais importantes. É para que as crianças conheçam a história de Treze e Campinense e entendam como surgiu essa rivalidade.“

As ilustrações ficaram por conta do artista Michael Moreno, amigo do autor. “Ele mora em São Paulo, é cearense, e desde ‘Joselito Lucena em quadrinhos’ vem trabalhando comigo. Agora realizou também a versão infantil do Clássico dos Maiorais.”